Papa recebeu os bispos da República Democrática do Congo
O Papa recebeu na sexta-feira, 12, em audiencia conjunto todos os bispos da República
Democrática do Congo, no final da sua visita ad limina Apostolorum, isto é, aos Túmulos
dos Apóstolos Pedro e Paulo, ao Papa e à Sede de Pedro.
Respondendo
ao discurso que lhe fora dirigido pelo Presidente da Conferência Episcopal da RDC,
D. Nicolas Djomo-Lola, o Papa pôs em relevo os desafios pastorais aos quais a Igreja
congolesa é chamada a fazer face urgentemente.
Antes de mais o Papa agradeceu
a Deus pelos múltiplos dons da Igreja no Congo, uma Igreja rica em comunidades vivas
e participantes na liturgia; uma Igreja em pleno crescimento numérico – frisou o Papa
– mas que necessita, no entanto, duma evangelização profunda, pois não são só os números
que contam, mas também a qualidade da fé e por conseguinte também da evangelização.
Uma Igreja é também de algum modo os seus pastores. Eis porque – prosseguiu
o Papa – “a presença, a proximidade e a estabilidade dos bispos nas respectivas dioceses
são necessárias para assegurar os padres e os candidatos ao sacerdócio, e para que
todos os fiéis se sintam acompanhados, apoiados e amados.”
Um outro desafio
pastoral posto em realce pelo Papa Francisco, é a juventude. A Igreja na RDC – frisou
– não só é jovem, mas é também uma Igreja de jovens. É por esta razão que a Igreja
é chamada a ajudá-los, através da Palavra de Deus, a resistir às múltiplas tentações
e a enfrentar a precariedade da vida.
O Papa declarou-se sensível a esta situação,
dizendo pensar de modo particular nas crianças-soldado, envolvidas nas milícias e
obrigadas a matar os seus próprios compatriotas. O Papa encorajou os bispos da RDC
a aprofundar, por isso, a pastoral dos jovens. “Dando-lhes toda a ajuda possível,
sobretudo através da criação de espaços de formação humana, espiritual e profissional,
podeis” – disse o Papa os bispos – “despertar neles a sua vocação profunda que os
predispõe a encontrar o Senhor”.
A situação dessas crianças está ligada à
situação das famílias, marcadas por uma desagregação em cuja base, estão as situações
de guerra e pobreza: “É indispensável valorizar e encorajar todas as iniciativas destinadas
a consolidar a família, fonte de toda a fraternidade, fundamento e primeira via para
a paz” – recordou o Papa.
Se a paz, importante para qualquer país, é essencial
para o desenvolvimento da nação, ela é também favorecida pela acção dos que governam.
Sendo iluminados pelos pastores e no respeito das competências, os governantes podem
melhor desempenhar os seus deveres ao serviço do Estado e da Sociedade.
“No
momento em que o vosso país está a encetar encontros políticos importantes para o
seu futuro” - continuou o Papa – “é necessário que a Igreja dê a sua contribuição,
evitando, contudo, tomar o lugar dos políticos. Os pastores devem evitar – insistiu
o Papa – substituir-se aos fieis leigos, que têm justamente por missão dar testemunho
de Cristo e do Evangelho na política e em todos os outros domínios da sua actividades”.
Foi com esta chamada de atenção que o Papa Francisco - confiando a RDC à protecção
materna de Maria, Rainha dos Apóstolos - concluiu o seu discurso, invocando “o testemunho
luminoso da beata Anuarite Nengapeta e do beato Isidore Bakanja, ambos da RDC, para
que inspirem o país e a sua Igreja.