2014-09-11 12:49:45

Burundi: a dor do povo pelas religiosas assassinadas


Cidade do Vaticano (RV) - Após a prisão de um homem 33 anos de idade, que confessou ter matado as três religiosas italianas em uma missão em Kamenge, nos arredores da capital do Burundi Bujumbura, continua-se a questionar sobre os motivos reais de tanta violência. De fato, não convence o seu argumento, ou seja, de que o convento estaria em um terreno de sua propriedade.

Dúvidas também permanecem sobre se o homem agiu sozinho. Entretanto, enquanto prosseguem as investações da polícia, na missa celebrada nesta quarta-feira, a comunidade cristã local se reuniu ao redor dos três caixões para rezar pelas religiosas, antes da transferência para Bukavu, na República Democrática do Congo, onde nesta quinta-feira serão realizados os funerais. A Rádio Vaticano ouviu ontem o Padre xaveriano Rubén Macias, que se encontra em Kamenge:

R. Estamos neste momento saindo da missa. Quase todos os bispos do Burundi estavam presentes. Havia tantas autoridades e, principalmente, havia um povo de Deus que sofre com esta violência, que quer proclamar que o amor deve vencer tudo. Nós celebramos a Santa Missa na presença de uma multidão de pessoas. Agora estão levando os corpos para o Congo. Será feita ainda uma parada na cidade de Luvungi, onde as irmãs tinham trabalhado por um longo tempo. Na manhã desta quinta-feira irão para Bukavu, onde, na Catedral, o arcebispo irá celebrar a Missa. Depois serão sepultadas na comunidade das xaverianas em Bukavu.

P. - Qual é o clima, o sentimento mais comum entre as pessoas que vivem ali?

R. - Há uma mistura de sentimentos, porque elas foram assassinadas com uma violência, com uma crueldade inimagináveis ... Eram irmãs cheias de amor! Nesta cerimônia quisemos proclamar precisamente isso: o amor que vence, apesar de tudo. A prisão do homem acusado do massacre deu um pouco de alívio aos nossos corações, e essa violência não pode vencer o amor dessas irmãs que deram suas vidas - mais de 40 anos – pela África.

P. - Precisamente na terça-feira a prisão e confissão desse jovem. A polícia de Bujumbura não tem dúvidas sobre sua culpa: ele mesmo confessou. No entanto, há dúvidas, dúvidas que permanecem ainda em vocês?

R. - Sim. Saber se ele agiu sozinho. Ele confessou. A polícia tem certeza de que ele tinha o número de telefone da irmã Lúcia e também a chave da casa. Portanto, há muitos, muitos elementos para afirmar que é ele o assassino. Eu o vi, estive diante dele, olhos nos olhos ... Não é louco: é um homem que sabia o que estava fazendo. Então, ele agiu sozinho? Esta é a pergunta. A polícia está realizando o seu trabalho, temos confiança nela e esperamos o resultado da investigação. (SP)








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