Adverte Dom Zenari, Núncio na Síria: tragédia síria ficou esquecida. Jihadistas avançam!
Na Síria, assiste-se
a uma catástrofe humanitária esquecida: denuncia a ONU que relata um facto surpreendente,
mais de 191 mil mortos em quase três anos e meio de guerra. O Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, fala de uma "paralisia internacional"
diante de uma crise que não acaba. Ouçamos os comentários de Dom Mario Zenari, Núncio
Apostólico na Síria, no microfone de Sergio Centofanti
Infelizmente,os holofotes sobre a Síriaestão apagados. A Síriadesapareceu
dosradaresda comunidade
internacional. Já não constitui notícia a gravidade
quotidiana e as pessoas naturalmente - todos,
todos! -dizem:
"Nós que estamos aqui,que
temos atrocidades diante dos olhos,todos
os dias... e já não se fala
mais disso”. Todos os dias, há em média
180mortos,na Síria:
um número quenão nos deveria deixar em
paz.E, infelizmente, a Síria caiu
no esquecimento...
Preocupa o avanço dos jihadistas do Estado islâmico?
Estesjihadistas estariam a cerca de40 quilómetrosde Aleppo.
Isto preocupaa todos.Preocupa
aos cristãos, mas preocupa a todos, porque
a Síriaé um paísde maioria
muçulmana, porém, é um Islão moderado e os muçulmanossíriosrejeitam esteextremismo;
e mesmo aquelesjovens activistasque vão engrossar - falodos sírios-as
linhasdestesextremistasdoEstado islâmico, geralmentenão vão por convicções ideológicas, mas porque estão
frustradosao ver queos ideaisde democracia e liberdadenão
vão para frente, que a situaçãoestagnou...E então, passam aeles,
porque são mais eficientes etambémporque às vezesrecebem deles umapoioeconómico maior.
Como
explica a difusão deste integralismo islâmico, desta ferocidade que vemos?
Ela
encontra um terrenoadequadoaqui:
na Síria, no Iraque, nesta região que está
a viver realmente momentos muito, muito difíceis...Estas soluções falhadas, este conflito que continua,
é terreno favorável parao crescimento desteextremismo.E depois existem muitos também na Europaque seguemestasutopias de
criaruma sociedade utópica, porque
faliu atentativa de reformaede constituir Estados maisdemocráticos,
com maior liberdade. E então,
salta a mola destas utopias.