Bélgica: líderes religiosos condenam violência em nome da fé
Bruxelas (RV) - “Nós condenamos a violência perpetrada em nome da fé e lançamos
um forte apelo ao respeito do outro, independentemente de credo, raça, etnia ou cultura”:
é quanto escrevem, em uma declaração conjunta, Dom André-Joseph Léonard, Arcebispo
de Malines-Bruxelas, o Grão-Rabino da Bélgica, Albert Guigui, e Noureddine Smaili,
Presidente dos muçulmanos belgas. O documento foi divulgado, enquanto em muitos países
do Oriente Médio, particularmente no Iraque, Síria e Faixa de Gaza, se registram continuamente
violências contra as minorias religiosas, por causa do avanço das milícias do Estado
Islâmico.
Diante de “tantas vítimas inocentes, de populações deslocadas, de
locais de culto destruídos, de violações dos direitos humanos -escrevem os três líderes
religiosos - ninguém pode ficar indiferente”. Esses “eventos terríveis”, portanto,
comportam “o dever moral de mostrar solidariedade para com todas as populações” atingidas
pelos conflitos, tentando “ajudar a alcançar uma solução”. Como “representantes de
três religiões”, - continua o comunicado -, “cabe a nós condenar todos os atos de
violência cometidos em nome da religião”, porque nenhum credo jamais “colocará em
perigo a estabilidade, a paz e a coesão social”.
Pelo contrário, lê-se ainda
na declaração conjunta, “o espírito religioso promove a convivência e a tutela da
vida humana sobre a terra”. “Nada - portanto - pode justificar a expulsão ou o extermínio
de minorias étnicas, religiosas ou de outro tipo”. “Rejeitando, por fim, “a manipulação
da fé” em nome de “uma guerra civil ou religiosa”, e distanciando-se de “discursos
políticos de circunstância”, Dom Léonard, o Rabino Guigui e o muçulmano Smaili convidam
à solidariedade para com as populações mais afetadas pelo conflito. (SP)