2014-08-18 19:53:36

Pe. Lombardi: o Papa Francisco e a cultura do encontro


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco concluiu sua viagem à Coreia lançando uma nova mensagem de paz e reconciliação. Também este domingo, encontrando os bispos da Ásia, reiterou a necessidade de promover o diálogo e a cultura do encontro ressaltando uma palavra, a empatia. Eis o comentário do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, entrevistado pela Rádio Vaticano quando ainda em terras coreanas:

Pe. Federico Lombardi:- "O Papa – como sabemos – busca o encontro. Fala sempre da cultura do encontro: as pessoas se encontram quando há uma verdadeira disponibilidade do coração, da mente, da pessoa na sua globalidade a acolher o outro, a entendê-lo e a acolhê-lo, acreditando que com o encontro se enriquece mutuamente, que se torna melhores e mais ricos de valores espirituais – e também eventualmente religiosos – do que antes de encontrar-se. Então o Papa diz aos bispos deste continente em que o diálogo entre as várias culturas, as diferentes religiões, os vários povos é extremamente importante, que é necessária a atitude fundamental para enfrentar essa situação, mais que para enfrentá-la, para vivê-la, porque é a situação em que os cristãos vivem normalmente na Ásia. Portanto, esta empatia significa capacidade também de sintonia, de entrar na mesma frequência e, consequentemente, entender-se quase instintivamente, porque o próprio ser é colocado em movimento para acolher o outro. Não se trata de uma operação puramente intelectual, não é uma operação formal, mas é algo em que se envolve plenamente. Por isso digamos que no "vocabulário papal" muitas vezes encontramos esse tema, depois concretizado na cultura do encontro."

RV: A propósito de vocabulário, a homilia do Papa na missa conclusiva da Jornada Asiática da Juventude desenvolveu-se em torno da exortação "Juventude da Ásia, levanta-te!"...

Pe. Federico Lombardi:- "Foi uma homilia que analisou e acompanhou as grandes palavras com as quais estes jovens se encontraram. Naturalmente, o Papa busca dar a esses jovens o impulso de entusiasmo do qual precisam para viver as situações nem sempre fáceis, aliás, muitas vezes difíceis, em que se encontram, e que muitas vezes são situações de minoria na sociedade em que vivem, que são situações que comumente comportam graves problemas de caráter social e econômico. Por isso mesmo, são jovens que devem ser encorajados, mas não com um sentimento de compaixão, mas com um senso de grande dignidade, que eles devem descobrir e viver e que encontra seu fundamento numa fé vivida. É muito belo colocar os jovens diante do testemunho dos mártires, que, na realidade, são os heróis da vida cristã, aqueles que souberam lançar-se plenamente até mesmo nas situações de contraste mais duro em relação à fé, a suas vidas, para afirmar a positividade de sua fé e também por aqueles que são os mártires coreanos, que são também mártires de um empenho de igualdade social e de caridade na sociedade, que rejeitava uma atenção verdadeira a todos e, em particular, aos mais fracos ou às pessoas consideradas inferiores. Portanto, o Papa quer indicar a estes jovens o caminho da coragem, do entusiasmo, da alegria, sempre fundada, porém, numa fé segura, que nasce do encontro com Cristo, do conhecimento junto a Jesus Cristo e da familiaridade com Ele."

RV: Da Coreia, a semente do novo anúncio foi lançada: Indonésia 2017...

Pe. Federico Lombardi:- "Estas Jornadas Asiáticas da Juventude percorrem os vários países do continente. Tivemos, num dos encontros dos jovens com o Papa, uma belíssima representação cultural feita por jovens indonésios que estavam aqui presentes e que manifestaram a riqueza e a especificidade das culturas deste imenso arquipélago: eram danças de cinco culturas diferentes, o que significa que os problemas do acolher-se, do entender-se, valem também dentro de cada um desses grandes países. O fato de o itinerário passar da situação coreana a uma situação muito diferente, como a situação indonésia, expressa o grande itinerário que a Igreja deve percorrer, a variedade das situações, a maravilha inclusive – digamos também – das culturas ou das situações que se encontram e que depois devem ser enfrentadas com o Evangelho para ser ajudadas a dar o melhor de si." (RL)







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