Rio de Janeiro (RV) - Celebramos dentro do mês vocacional, no dia 15 de agosto
a memória de São Tarcísio. Sabemos do exemplo de vida e seu martírio. Devido ao tipo
de ocorrência na vida deste santo, também comemoramos o dia do coroinha. Neste final
de semana a nossa arquidiocese tem um grande encontro com todos eles. Alguns se especializaram
como cerimoniários como tivemos ocasião de acolher e enviar para essa missão. Porém
são inúmeros os acólitos ou ministrantes. São muitas formas que existem para que o
jovem e adolescente participe da comunidade. Uma delas é justamente o Serviço do altar. Agradeço
a Deus o trabalho silencioso e voluntário de tantos jovens que se dedicam a auxiliar
o presidente da celebração Eucarística a atualizar os mistérios da paixão, morte e
ressurreição de Cristo. Os coroinhas devem se observar para que exerçam sua função
com sobriedade, piedade, discrição, zelo e amor. Devem participar de forma ativa das
celebrações, vivendo-a, e apenas a partir desta experiência e testemunho poderão servir
como se deve. Os acólitos, ainda que não instituídos, são todos aqueles que servem
ao celebrante e os diáconos na missa; são os acólitos que exercem as funções de turiferário,
naviculário, cruciferário, ceroferários, baculífero, mitrífero, librífero, etc. Alguns
desempenham também a função de cerimoniários para a qual foram preparados e enviados.
Na
Eucaristia Jesus se coloca junto dos seus discípulos (como em Emaús) para esquentar
os seus corações e supõe que nós devemos nos abrir para enxergar e viver a Eucaristia
que celebramos e comungamos. O Senhor quer nos falar: nós sabemos que o Senhor quer
nos falar, que arde a sua voz em nosso coração. Por isso o coroinha deveria ser o
primeiro ouvinte da Palavra e o mais atento participante da fração do Pão, mistério
de nossa fé. Na celebração da Santa Missa é o Senhor Ressuscitado que nos fala,
que nos admoesta, que aquece nossos corações e nos motiva a não desanimarmos diante
das dificuldades, das incompreensões, porque o Senhor está presente em nossa vida,
em nossa história, na partilha que anima a nossa missão. Por isso elevamos a Deus
o agradecimento sincero pelo trabalho voluntário e zeloso de nossos coroinhas nesta
importante missão do altar. Em primeiro lugar, lembrar da dignidade do ministério
que estão assumindo, participando vivamente da Eucaristia, sendo sacrário na sua vida
pessoal e dando testemunho do Ressuscitado, o que supõe que sejam os primeiros a viverem
a Eucaristia, e auxiliando em sua celebração, como primeiros colaboradores do presidente,
e pelo seu decoro e exemplo animar nossas comunidades na pureza de alma, de comportamento,
de dignidade e de sobriedade da celebração. O Cristo é sempre o centro da Eucaristia.
Vamos participar melhor da celebração da Santa Missa. Por isso os coroinhas devem
ser testemunhas de Cristo, vivenciando com Ele e como Ele nos ensinou a viver o Evangelho.
A beleza e a austeridade da liturgia sagrada nos transformam em evangelizadores. A
missão é bem celebrar para que o povo participe melhor e mais piedosamente. Louvo
a Deus ao ver nossos adolescentes e jovens próximos do altar e servindo com alegria.
A ação litúrgica necessita de vários colaboradores para que Deus seja dignificado
pela celebração litúrgica. Que os coroinhas tenham amor pela Sagrada Liturgia e que
a santidade seja sempre a meta a ser atingida por aqueles que estão perto do Senhor
na celebração a serviço da comunidade. Que estejam a serviço de Cristo e da Igreja.
E assim caminhem na correspondência da graça de Deus na busca da santidade.
Orani
João, Cardeal Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio
de Janeiro, RJ.