2014-08-14 13:40:16

Muçulmanos condenam violência contra minorias no Oriente Médio. "Sem isto iremos para o abismo", diz Card. Tauran


Cidade do Vaticano (RV) – Após a publicação da mensagem do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso sobre o dever, em particular dos líderes muçulmano, de condenar as atrocidades perpetradas pelos jihadistas do Estado Islâmico, diversas autoridades islâmicas, entre as quais o Grão Mufti do Egito, Shawqi Allam, responderam positivamente ao apelo.

Mas sobre a mensagem, ouçamos o que disse o Presidente do dicastério vaticano, Cardeal Jean Louis Tauran:

Diante de tanta barbárie, de tantos fatos que vimos nos jornais e na televisão, não podemos dizer que não sabíamos. Portanto, não se pode calar. Esta mensagem tem como objetivo despertar a opinião pública, mas também os líderes religiosos, sobretudo os líderes muçulmanos que têm o dever de praticar a compaixão, a compreensão e a solidariedade, de outra forma caminharemos para o abismo. É verdade, que em meio a esta quadro assim obscuro, existem também belíssimos episódios de solidariedade, como famílias muçulmanas que acolheram os refugiados cristãos, tratando-os como membros da família. Estas coisas são bonitas. Mas devemos estar muito atentos a não nos habituar a estas situações que são indignas para o homem”.

De fato, líderes e organizações islâmicas da França, Itália e Egito condenaram os crimes cometidos contra os cristãos e outras minorias religiosas no Iraque e em outras áreas do Oriente Médio.

O Grão Mufti Shawqi Allam, uma das máximas autoridades religiosas egípcias, ao referir-se aos milicianos fundamentalistas chamou-os de “grupo extremista e sanguinário” que viola “todos os princípios do Islã” e “constitui um perigo para o Islã e para os muçulmanos”, pois “ofusca a sua imagem” através “do derramamento de sangue” e “da difusão da corrupção”.

Clara e pormenorizada a condenação da União de comunidades e organizações islâmicas na Itália (UCOII): “Quando uma força que afixa insígnias islâmicas, viola todas as regras da Sharia e morais do conflito, nenhuma referência religiosa poderá ser proposta para justificar ou apoiar” tais comportamentos.

Segundo a organização, o “respeito e a proteção do Povo do Livro (os cristãos e os judeus) e, em geral, de todas as populações que vivem num país ou território governado pelos muçulmanos é um dever iniludível de qualquer poder que se inspire no Islã”. Portanto, a condenação dos milicianos é peremptória: “Trata-se de forças mercenárias, em grande parte extra-iraquianas, que atualmente são muito contrastadas no território por forças islâmicas nacionalistas e pelos peshmerga curdos”.

A nota recorda neste sentido que “os muçulmanos iraquianos contrastam estas aberrações e estão na primeira linha na defesa e proteção dos cristãos não só militarmente: dezesseis ulemas (doutores de ciências religiosas) muçulmanos sunitas, que pertencem a confrarias sufis de Mosul, foram assassinados no mês passado por terem defendido os cristãos da cidade. Entre eles – destaca ainda a UCOII – o Imame da Grande Mesquita da cidade, Muhammad al-Mansuri, e o da Mesquita do Profetas Jonas, Abdel-Salam Muhamma”. (JE)








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