2014-08-14 18:37:09

Card. Filoni está em Irbil, em meio aos refugiados


Irbil (RV) – O Enviado Pessoal do Papa Francisco ao Iraque, Cardeal Fernando Filoni, está em Irbil, no Curdistão iraquiano, para levar a proximidade e a solidariedade concreta do Santo Padre às vítimas das violências no Iraque. Ali ele pode pode abraçar os tantos refugiados que foram obrigados a abandonar suas casas na Planície de Nínive pelos jihadistas do Estado Islâmico. Eis o que ele contou, por telefone, à Rádio Vaticano:

Card. Filoni:”A primeira coisa que fiz hoje foi ir à casa do bispo, em cujo jardim, assim como dentro da igreja e em outros 23 locais – que são as escolas da igreja e as próprias igrejas – milhares de pessoas encontraram refúgio. As que puderam, ficaram em casas de famílias que as acolheram. Isto, naturalmente, como primeiro compromisso por parte da Igreja: a acolhida. As pessoas estão vivendo ao ar livre, de forma precária. E também, como faz muito calor, de noite as pessoas acabam também dormindo ao ar livre. Por sorte, não faz frio, pelo contrário, faz muito calor. Outras famílias, com crianças, encontram lugar em alguma grande sala. Por sorte, também aqui é possível encontrar um pouco de ar condicionado, sobretudo onde existem crianças. Agora, me parece que a organização está andando bem. Eu já visitei alguns destes centros, alguns destes campos ... Posso dizer que existe muita generosidade, existe muito empenho. O mesmo que eu encontrei por parte do governo do Curdistão e também, nesta manhã mesmo, falando com o presidente da região do Curdistão, o Presidente Mas’ ud Barzani. Por parte de todos, existe muita disponibilidade, muita gratidão também em relação ao Santo Padre pela sua atenção pelos nossos refugiados e um compromisso também de ir de encontro a algumas necessidades materiais: por exemplo, a situação dos estudantes que tiveram que interromper a escola e por consequencia, também os exames; a situação mais urgente das famílias, também com a necessidade de assistência médica, assim como a distribuição dos gêneros de primeira necessidade a todos. Alguns campos são organizados de forma tal quem funcionam com uma cozinha central; estão sendo ultimados banheiros, estão sendo aprontadas estruturas que são primárias e necessárias. E depois, se ajuda também aqueles que estão nas famílias ou que têm a possibilidade de alugar uma casa, sobretudo por parte daquelas famílias que acolhem outras famílias de refugiados. Portanto, me parece uma experiência interessante, esta que estou vivendo, também com entusiasmo e a generosidade de todos”.

RV: O senhor entregou também a ajuda do Papa...

Card. Filoni: “Sem dúvida: aos bispos entreguei a ajuda do Papa e a ela serão somadas outras tantas generosidades que estão chegando. Mas existe uma forte gratidão não somente por este compromisso material do Papa, mas sobretudo porque a sua voz chamou a atenção para esta dificilíssima, terrível situação em que se encontram cerca de 160 mil pessoas entre cristãos e pertencentes a outras minorias, divididas entre as zona de Irbil e após, um pouco mais ao norte”.

RV: Existe ainda tanto medo entre estes refugiados pelo avanço dos jihaditas?

Card. Filoni: “Infelizmente, é necessário dizer que a situação, mesmo de um ponto de vista militar, é ainda fluida. Isto, naturalmente, do lado também das autoridades que manifestam a dificuldade de ter os instrumentos necessários para defender a própria terra, o próprio povo. Deste ponto de vista se pede ajuda à solidariedade internacional, não somente do ponto de vista material, através pontes aéreas e assim por diante, porque é claro que com tantas pessoas a serem assistidas, também as provisões se esgotam; mas também de um ponto de vista político e militar: as autoridades são muito sensíveis em pedir ajuda internacional, porque obviamente o Curdistão não consegue sozinho fazer frente a estas necessidades. Todavia, vi também o empenho político por parte do Presidente Barzani: eles defenderão até o fim a sua terra e com ela também todos os cristão e as minorias que ali vivem”.

RV: Como o senhor se sentiu acolhido?

Cardeal Filoni: “Eu fui acolhido muito bem e com muito entusiasmo, com muita simpatia por parte das pessoas. Obviamente, junto à dimensão material, existe aquela dimensão psicológica: as pessoas que tiveram que abandonar suas casas, tiradas de sua rotina, da sua cultura, de seu ambiente... E portanto, sentem também um pouco esta necessidade espiritual de serem apoiadas do ponto de vista espiritual e mesmo psicológico. O futuro, naturalmente, permanece incerto: “O que será de nós?”. Assim, nós esperamos, com a contribuição e a ajuda de todos, de fazer sim, que um dia, estas pessoas possam voltar para suas casas”. (JE)








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