Iraque: Papa alerta ONU para o drama e pede esforços concretos
Cidade do Vaticano
(RV) – O Vaticano divulgou na manhã desta quarta-feira, 12, uma carta escrita
pelo Papa Francisco, sábado, 9, ao Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon,
a respeito da situação no Iraque.
“Com o coração apertado e angustiado,
acompanhei os dramáticos acontecimentos dos últimos dias no norte do Iraque, onde
os cristãos e as outras minorias religiosas foram obrigados a fugir de suas casas
e assistir à destruição de seus lugares de culto e do patrimônio religioso. Comovido
com esta situação, pedi ao Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a
Evangelização dos Povos, que foi Núncio no Iraque nos Pontificados de São João Paulo
II e Bento VI, para manifestar a minha proximidade espiritual e expressar a minha
preocupação, assim como de toda a Igreja Católica, com o intolerável sofrimento de
pessoas que desejam somente viver em paz, harmonia e liberdade na terra de seus antepassados”.
“Neste mesmo espírito, escrevo ao senhor, Secretário-geral, e lhe exponho
as lágrimas, os sofrimentos e os gritos de desespero dos cristãos e das outras minorias
religiosas na amada terra do Iraque. Ao renovar o meu apelo urgente à comunidade internacional
para intervir e por fim à tragédia humanitária em andamento, encorajo todos os organismos
competentes da ONU, especialmente os responsáveis pela segurança, a paz, o direito
humanitário e a assistência aos refugiados, a prosseguirem seus esforços, em conformidade
com o Preâmbulo e os artigos pertinentes da Carta das Nações Unidas”.
“Os
ataques violentos que têm se alastrado ao longo do norte do Iraque não podem ficar
indiferentes às consciências de todos os homens e mulheres de boa-vontade e devem
despertá-los para ações concretas de solidariedade em defesa dos atingidos ou ameaçados
pela violência e assegurar a assistência necessária e urgente aos desabrigados além
do seu retorno seguro às suas cidades e casas”.
“As trágicas experiências
do século XX e a elementar compreensão da dignidade humana exigem que a comunidade
internacional – através de normas e mecanismos de direito internacional – faça tudo
o que for possível para deter e prevenir novas violências sistemáticas contra as minorias
étnicas e religiosas”.
“Confiante que o meu apelo, unido ao dos Patriarcas
Orientais e de outros líderes religiosos, encontre uma resposta positiva, colho a
ocasião para renovar a minha mais elevada consideração”, assina o Papa. (CM)