Representante do Vaticano: "Família é o coração da Igreja"
Cidade
do Panamá (RV) – A cidade do Panamá está acolhendo desde segunda, 04, até sábado,
09 de agosto, o primeiro Congresso Latino-americano da Pastoral Familiar. Patrocinado
pelo Conselho Episcopal do continente (CELAM), o evento se realiza em comunhão com
o próximo Sínodo Extraordinário sobre a Família, convocado pelo Papa Francisco para
o mês de outubro. Quinta-feira, 7 de agosto, o Presidente do Pontifício Conselho
para a Família, Dom Vincenzo Paglia, fez uma exposição intitulada “A família no coração
do desenvolvimento da pessoa e da sociedade humana: Família, horizontes do ministério
para a vida plena e comunhão missionária”.
“Se quisermos avançar no caminho
do verdadeiro desenvolvimento do ser humano, a perspectiva da família é essencial.
Em primeiro lugar, porque a família é uma forma social única, que permite articular
dois tipos de relacionamento: a relação entre os sexos (masculino-feminino) e a geracional
(pai-mãe-filhos)”.
O Presidente do dicastério vaticano também observou que
“um número cada vez maior de pessoas no mundo escolhem viver sozinhas”. Também na
América Latina - acrescentou o arcebispo - este fenômeno é crescente: em um curto
espaço de tempo, o número de “solteiros” cresceu de 6,7% para 9,7%. A conclusão é
clara: qualquer forma de vínculo que envolve um compromisso é percebido como algo
insuportável. E a consequência é que a tendência é no sentido de uma sociedade com
famílias fragilizadas, constituídas por pessoas que se reúnem de forma intermitente,
sem compromisso de longo prazo. Dom Paglia concluiu: “É o fruto amargo de uma cultura
individualista que está invadindo tudo”.
Na conclusão de seu discurso, Dom
Paglia lembrou a todos os participantes a perspectiva do próximo Sínodo dos Bispos
sobre a família:
“Estamos vivendo um "kairós", um momento especial na vida
da Igreja e do mundo. Papa Francisco apela a uma nova profecia. Ele observou que o
nosso é o tempo para a família, o tempo para a comunhão e não para a solidão; para
a solidariedade e não o individualismo. Este, então, é o nosso momento. O tempo das
pessoas que vivem com paixão esta missão e este ministério: ajudar as famílias a ser
o rosto do amor e da misericórdia de Deus”. “É urgente – encerrou - expandir o olhar
e abrir o horizonte. Nós não estamos lidando com apenas um setor ou tema, mas estamos
chegando ao coração da Igreja, que é a Família, e da sociedade como um todo, que é
uma Família de nações”. (CM)