OMS: epidemia de ébola é emergência de saúde pública de ordem mundial
Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta sexta-feira uma emergência
de saúde pública mundial pela epidemia de Ébola na África Ocidental, que deixou até
agora mais de mil mortos. O comité de urgência da OMS, que se reuniu nesta quarta
e quinta-feira em Genebra, "considera de forma unânime que são dadas as condições"
para declarar "uma emergência de saúde pública de alcance mundial", segundo indicou
o comité num comunicado.
"Uma resposta internacional coordenada
é essencial para travar e fazer retroceder a propagação internacional do Ébola", acrescentou
o comité. A epidemia de Ébola é a mais importante e a mais severa em quatro décadas,
ressaltou numa conferência de imprensa a directora-geral da OMS, Margaret Chan.
A directora estimou que os países da África Ocidental afectados pela epidemia
"não podem enfrentá-la sozinhos" e convocou "a comunidade internacional a fornecer
o apoio necessário".
Embora o comité tenha excluído impor restrições
às viagens ou ao comércio internacional, indicou que os "Estados devem se preparar
para detectar e tratar os casos de doentes" e "facilitar a evacuação de seus cidadãos,
em particular as equipes médicas, expostas ao Ébola".
O comité
ressalta que os chefes de Estado dos países afectados têm que decretar estado de emergência
e "se dirigir pessoalmente ao país para fornecer informação sobre a situação".
Keiji Fukuda, vice-director-geral da OMS encarregado da epidemia, explicou
que as pessoas atingidas precisam ficar 30 dias em quarentena porque o tempo de incubação
do vírus é de 21 dias. As pessoas que estão em contacto com os doentes - com excepção
das equipas médicas, que têm uma roupa de protecção - não devem viajar, disse Fukuda
que também pediu que a tripulação dos voos comerciais receba informação e material
médico para se proteger e proteger os passageiros. O comité da OMS também recomenda
que todos os viajantes procedentes dos países afectados façam um check-up, respondendo
a um questionário e medindo a temperatura, nos aeroportos, portos e nos principais
postos fronteiriços.