Apresentada viagem do Papa à Coreia, a realizar-se de 13 a 18 de agosto
Cidade
do Vaticano (RV) - O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi,
apresentou esta quinta-feira a terceira viagem internacional do Papa Francisco: de
13 a 18 de agosto, terá como meta a República da Coreia, por ocasião da VI Jornada
Asiática da Juventude.
O Sucessor de Pedro volta à Ásia. A última vez foi em
1999, quando João Paulo II esteve na Índia. Também por esse motivo a viagem à Coreia
constitui uma prioridade para Francisco.
Os temas centrais são três: a Jornada
Asiática da Juventude, que reunirá cerca de 2 mil jovens representando 23 países asiáticos;
a Beatificação de 124 mártires coreanos, fundadores da Igreja na Coreia; e a reconciliação
e a paz numa Península dividida entre Norte e Sul.
A duração do voo é de mais
de 11h, com 7h de fuso horário em relação à Itália (12h em relação ao Brasil). Serão
11 discursos, 4 em inglês, os outros em italiano. Como de costume, em várias ocasiões
o Santo Padre saudará os fiéis a bordo do papamóvel.
Durante a coletiva, os
jornalistas fizeram várias perguntas sobre a relação entre Norte e Sul. A propósito
da rejeição das autoridades de Pyongyang a uma participação norte-coreana na missa
de 18 de agosto, Pe. Lombardi referiu aquilo que soube diretamente do Comitê organizador
sul-coreano:
"Houve uma resposta negativa ao convite: e ficamos por aqui,
sem fechar portas a outras eventuais iniciativas e possibilidade que os coreanos saberão
criar melhor do que nós."
Ademais, não é previsto que o Papa vá ao confim
com o Norte:
"Efetivamente se pensa na questão da divisão: haverá uma missa
dedicada à paz e à reconciliação. A presença e a atenção espiritual são mais que evidenciados,
sem outros atos particulares."
Sobre a questão se o Vaticano tem a intenção
de intervir nas relações entre Igreja sul-coreana e Coreia do Norte, o diretor da
Sala de Imprensa da Santa Sé respondeu:
"O cardeal de Seul é também o vigário
apostólico de Pyongyang. Consequentemente, em si, é a autoridade eclesiástica competente
para esta área. Portanto, não é necessária uma intervenção do Vaticano para dizer
o que precisa ser feito em Pyongyang."
À margem dos encontros oficiais,
o Pontífice receberá os sobreviventes e os familiares das vítimas do naufrágio, em
abril passado, da embarcação Sewol. Também está prevista, para a missa conclusiva,
a participação de uma delegação de "comfort women", mulheres vítimas de abusos por
parte dos japoneses durante a guerra:
"O fato que estejam presente já é
um reconhecimento, creio, bastante significativo, e isso foi o que também propuseram
os organizadores locais; essas iniciativas não são provenientes do Vaticano, trata-se
de responder a propostas e de aceitá-las de bom grado."
Em relação a polêmicas
criadas na Coréia acerca da visita do Papa, em 16 de agosto, à comunidade para portadores
de deficiência de Khottongnae, acusada por alguns de estar mais preocupada com o marketing
do que com a caridade, o sacerdote jesuíta respondeu:
"Quando o programa
da viagem foi estudado, a Conferência episcopal deu seu parecer a favor que o Papa
fosse visitar esta comunidade. Sabemos que há essa discussão. Embora haja acusações
de ilegalidade na administração, não me parece que resultem absolutamente fundadas."
Durante
a viagem o avião que levará o Papa sobrevoará a China. Sobre a possibilidade que possa
enviar, como faz tradicionalmente durante as viagens internacionais, um telegrama
às autoridades de Pequim, eis o que respondeu Pe. Lombardi:
"Sempre demos
os textos dos telegramas: se houver um telegrama para a China vocês verão o que diz.
Essa é a única coisa que posso dizer no momento."
O porta-voz vaticano
desmentiu que no momento se esteja trabalhando em função de uma viagem do Papa Francisco
ao Japão:
"Concretamente, temos em preparação a viagem a Tirana (capital
da Albânia), a Sri Lanka e Filipinas. No mais, não foi iniciada nenhuma organização
de viagens. Se terá? Pois bem, se houver tomaremos conhecimento e colaboraremos, mas
não posso fantasiar." (RL)