2014-08-02 14:39:53

França: gesto de boa vontade aos cristãos do Iraque


Paris (RV) – Um gesto de “boa vontade”, um “sinal de interesse” pela situação dos cristãos perseguidos no Iraque, mas o caminho do êxodo não é uma solução do problema, porque o Iraque necessita da presença dos cristãos. Esta a posição do Episcopado francês em relação à disponibilidade manifestada pelo governo francês de acolher os cristãos perseguidos no Iraque, através do estatuto do asilo humanitário.

Na quinta-feira o Presidente da República François Hollande telefonou ao novo Presidente do Iraque, Fouad Massoun, para cumprimentá-lo pela sua eleição e assegurar o apoio da França pela estabilidade do País. Também manifestou palavras de “viva preocupação” e de “grande inquietação” pelas perseguições de que são vítimas os cristãos por “grupos terroristas”. Os cristãos – afirmou Hollande - são uma “componente essencial da República do Iraque”.

Sabendo da notícia, o Cardeal Philippe Barbarin, Arcebispo de Lyon, que liderou uma delegação do Episcopado francês no Iraque esta semana, manifestou satisfação. “Significa que na França existe interesse por esta situação de grande sofrimento”, afirmou. Com relação à iniciativa de conceder asilo em território francês aos cristãos iraquianos, o cardeal fala de um gesto de “boa vontade” que resulta, porém, “não adequada” à situação real dos cristãos iraquianos.

“Quando se tem medo – disse o arcebispo francês – se foge, se tenta garantir a segurança da própria vida e a dos familiares. É melhor viver que morrer, lógico! Mas nestes dias ouvimos muitas vezes o Patriarca dos Caldeus, Louis I Sako, exortar os cristãos a ficarem. Nós o ouvimos dizer: ‘Nós precisamos de vocês’. A presença dos cristãos neste País é um fator de paz num conflito que envolve xiitas, sunitas e curdos”.

É do mesmo parecer Mons. Pascal Gollnisch, Diretor da Ouvre d’Orient, também ele na delegação francesa que visitou o Iraque esta semana. “Que futuro poderão ter os 450 mil caldeus na França?” se pergunta. E acrescenta: “Não se resolve o problema incentivando este êxodo. Significaria que nós mesmos estamos agindo como está fazendo o Califado islâmico, isto é esvaziando o Iraque de seus cristãos”. É preciso, na visão de Mons. Gollnisch, garantir a todo custo a manutenção do delicado equilíbrio de civilização presente naquela área. Uma questão que interessa de perto a Europa. “Está em jogo – explica melhor – o equilíbrio do Mediterrâneo. Como pensar que possa existir uma gradual e contínua distribuição do Islã na Europa e uma expulsão dos cristãos no Sul do Mediterrâneo. Como acreditar que tudo isso posso acontecer tranquila e pacificamente? Acredito que deveríamos refletir sobre isto”. (SP)








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