2014-07-31 15:55:37

Organizada em Roma uma Missa para os cristãos perseguidos.. P. Haddad: fé testemunhada com o sangue


No Iraque, continuam as perseguições por parte dos jihadistas do Estado islâmico contra os cristãos, forçados a escolher entre a conversão ou a morte. Para apoiar com a oração os irmãos perseguidos, especialmente em Mossul, foi organizada para as 20h da última quarta-feira, na Igreja romana de São Gregório Nazianzeno, uma Missa presidida pelo Bispo Auxiliar Filippo Iannone. O Padre Mtanoius Haddad, Procurador da Igreja grego-católica melquita junto da Santa Sé, comentou esta iniciativa aos microfones da RV (Paolo Giacosa):

Dá-nos um pouco de coragem moral, também rezar faz milagres! Mas no terreno, os cristãos também precisam de uma outra ajuda para sustentar a sua vida lá, porque realmente nós, os cristãos, nascemos lá e queremos viver lá! Estamos lá desde o primeiro dia depois de Pentecostes; cristãos que são árabes, caldeus, sírios ou assírios, somos todos filhos desta terra. É preciso dizer que, nestes séculos em que temos vivido com o Islão, é verdade que tem havido altos e baixos, mas nunca chegámos ao ponto de ter que deixar a nossa terra, converter-nos ao islão ou pagarmos as taxas para mantermos o nossa cristianismo ao qual nos agarramos com todas as nossas forças, pagando com o nosso sangue; podemos ser mártires para sermos sempre cristãos orientais. Ora, a oração da Igreja universal católica, todos os bispos e as conferências episcopais nos ajudam sim através das suas orações, mas também devem empurrar e fazer mais para manter o componente cristão no Oriente, porque como o Papa Francisco disse: "Não se pode ver um Médio Oriente sem cristãos”.

A situação no Iraque é cada vez mais problemática. Quais são as últimas notícias do território?

O território pode ser dividido em duas zonas: no que se refere à zona de Mossul você não se podem fazer previsões sobre o que está a acontecer, porque o Isis - que proclamou este califado muçulmano e não tem nada a ver com o Islão - quer matar todos os cristãos, cancelar qualquer sinal do cristianismo. Isto significa que eles não conhecem nem sequer a história; não sabem que eles vieram sete séculos mais tarde. Temo realmente pelas nossas igrejas, pelos nossos mosteiros, os nossos queridos manuscritos ... Em Bagdad pelo contrário e em outras zonas que perceberam o perigo de ter um Médio Oriente sem cristãos, agora também os muçulmanos se mexeram para dizer "Nós e os nossos irmãos cristãos somos todos iraquianos". Nós gostamos disto e pode até ser um primeiro passo positivo que significa que nós, muçulmanos e cristãos, somos um único povo iraquiano, mesmo que ainda tenhamos muito que fazer. Até agora, em Bagdad sempre viveram juntos cristãos e muçulmanos. Assim, os muçulmanos saíram às ruas segurando o Alcorão numa mão e na outra a Cruz. Este pode ser o início de um caminho de retorno a esta fraternidade.

Porque a opinião pública internacional parece estar indiferente às perseguições contra os cristãos?

Na minha opinião não gostaria de ser demasiado duro a Europa busca os seus interesses no Médio Oriente. Sobre a Igreja não se pode dizer nada, porque nunca esqueceu e nunca vai esquecer os cristãos, seus filhos, sejam eles católicos ou ortodoxos. Aqui falamos dos Estados: antes o povo era ignorante, porque os media quiseram esconder muitas realidades do sofrimento dos cristãos no Médio Oriente. Agora, pouco a pouco, com os meios de comunicação que se preocupam com a nossa situação e as nossas dificuldades, o povo abriu os olhos: já não está silencioso, mas não tem os meios para ir contra a corrente, porque nossos governantes na Europa têm os seus interesses, os seus contratos …








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