2014-07-30 13:12:51

Desafio do acolhimento: cresce número de africanos no Brasil


Brasília (RV) - O Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH), da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas), atendeu 295 ganeses que chegaram ao Distrito Federal nos últimos meses, com solicitação de refúgio.

De acordo com a Diretora do Instituto, Irmã Rosita Milesi, o número vem crescendo significativamente não só em Brasília como em outras cidades, a exemplo de Caxias do Sul (RS), Criciúma (SC) e São Paulo (SP). Dados do IMDH mostram que os imigrantes atendidos são, na maioria, homens entre 20 e 40 anos, que informam terem vindo de Acra, capital de Gana.

Enquanto uns já se apresentaram à Polícia Federal para solicitar refúgio, outros aguardam para ser atendidos. “Todos expressam a grande esperança de receber proteção, segurança e de construir melhores condições de vida no Brasil”, explica Irmã Rosita. Entre os motivos para o pedido de refúgio, a religiosa cita os conflitos por questões fundiárias, perseguição devido à orientação religiosa, dificuldade de trabalho e falta de perspectiva em seu país de origem. Enquanto aguardam a documentação necessária para poder trabalhar no Brasil, muitos enfrentam dificuldades e vivem em situações precárias, nas regiões mais carentes e distantes.

Por sua vez, O arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, manifestou sua preocupação em relação à acolhida aos africanos e peruanos que nas últimas semanas têm chegado em grande escala nas cidades do Sul do Brasil.

No programa a “Voz do Pastor”, da Rádio Aliança de Porto Alegre, Dom Jaime chamou a atenção da população sobre a questão da migração atual e fez memória da história da imigração europeia para o Brasil, recordando que assim como os peruanos e africanos precisam de acolhida agora, no passado os europeus viveram a mesma situação.

“Nestas últimas semanas temos sido informados a respeito da situação dos migrantes que estão chegando ao nosso estado do Rio Grande do Sul. São haitianos, peruanos, senegaleses, ganeses, entre outros. Trata-se de uma realidade difícil e desafiadora” disse Dom Jaime.

O Arcebispo demonstrou indignação em relação ao modo como parte da população tem recebido estes estrangeiros. “Em se falando do fenômeno migratório que estamos presenciando, causa estranheza observações genéricas de caráter, por vezes, preconceituosas e discriminatórias. Há quem afirme que os migrantes que estão chegando até nós sejam delinquentes... Este tipo de observação célere é, certamente, expressão de falta de compreensão da questão. Generalizar é ir muito além do razoável”, frisou.

(CNBB/CRB)







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