2014-07-29 18:04:51

Centenário da Grande Guerra. D. Redaelli: em Redipuglia o Papa rezará pelas vítimas


Em Redipuglia, o Papa Francisco também visitará o cemitério Austro-Húngaro e rezará por todas as vítimas da Grande Guerra, disse nesta segunda-feira o arcebispo de Gorizia D. Carlo Maria Roberto Redaelli, antecipando os detalhes da próxima visita do Papa Francisco, a 13 de setembro, ao Sacrário militar que recolhe os corpos dos cem mil caídos italianos no Primeiro Conflito Mundial. Por ocasião dos 100 anos do início da guerra, o arcebispo explicou à imprensa os conteúdos de uma carta que ele escreveu aos fiéis da sua diocese. A RV (Paul Ondarza) entrevistou-o:
Este aniversário está intimamente relacionado com a Diocese de Gorizia e estes territórios que na altura faziam parte do Império Austro-Húngaro, de modo que o início da guerra, para os jovens daqui, foi precisamente no dia 14 de setembro, quando foram enviados para a frente russa na Galiza. Este aniversário é algo importante para nós.
O que significa a visita do Papa?
Certamente, penso que a visita do Papa nos lembra aquilo que foi feito durante os magistérios dos papas, a partir do Papa Bento XV, que tinha definido a Primeira Guerra Mundial "um massacre inútil", como também recordou o Papa Francisco no Angelus do último domingo. Ele nos traz certamente uma mensagem de paz, sobretudo para hoje: o risco de que a memória da Primeira Guerra Mundial seja apenas uma recordação histórica, aqui nos nossos lados até mesmo turística, que leva as pessoas a visitar as trincheiras, em vez de outras fortificações. Pelo contrário, deve ser algo que nos convida a uma obra concreta de paz. Também o sentido da minha carta é mesmo esse: depois de uma referência aos textos da Palavra de Deus e do Magistério, dar alguma indicação completa para uma obra de paz e reconciliação nas nossas terras.
E diante das questões de paz e de defesa, também a comunidade cristã não pode ficar para trás: na sua carta cita a importância da oração e explica o papel importante da comunidade cristã …
A oração, a escuta da Palavra de Deus e o aprofundamento do ensinamento da Igreja, mas depois em concreto as atitudes - eu diria - quotidianas, como o conhecimento do outro: a um certo ponto, é mais fácil disparar para uma categoria genérica em vez de uma pessoa, um rosto familiar, não é? Em seguida, enfrento o tema do acolhimento, e aqui encontramos toda a questão da imigração e, finalmente, o tema da justiça. Também dou duas pequenas indicações que, talvez, são oportunas para a nossa realidade. A primeira diz respeito a quem tem responsabilidades também das políticas de defesa: citando a Constituição italiana, recordo que provavelmente não é a mesma coisa preparar um exército para operações de paz de peacekeeping, como se diz agora - em vez de uma guerra de agressão. A outra categoria que menciono é a dos meios de comunicação social que têm uma grande responsabilidade, como aliás foi há cem anos atrás, exatamente em criar emoções, expectativas, possibilidades de paz ou de guerra, de criar o adversário, o inimigo.
Três horas, assim vai durar a visita do Papa no próximo dia 13 de Setembro 13 em Redipuglia. Como será articulada esta visita?
Tanto quanto sabemos penso que o programa deve ainda ser concretizado o Papa não apenas celebrará a Missa no Sacrário de Redipuglia, mas também irá visitar o cemitério Austro-Húngaro, a pouca distância do Sacrário, que recolhe também os restos dos exércitos adversários ao exército italiano. Redipuglia tem cem mil italianos caídos. Neste cemitério, há 15.000 caídos de diferentes nacionalidades: austríacos, eslovenos, húngaros, tchecos, eslovacos ... Portanto, também este sinal que o papa fará será importante para dizer que ele vem como peregrino de paz, para além dos limites, das pertenças.
Como vos estais a preparar para viver esta visita?
A intenção é mesmo de preparar esta visita do Papa na oração, reflexão, no acolhimento da sua palavra.
A sua esperança por esta visita que, como dizíamos, cai no centenário do início da Grande Guerra e num momento histórico em que, infelizmente, continuamos a falar de guerras, pensemos em Gaza ou na Ucrânia …
Certamente, a esperança é que, como sempre, as palavras do Papa não caiam no vazio, mas sejam recebidas, certamente nos nossos corações, mas também nos dos homens e mulheres de boa vontade, para que possam fazer alguma coisa. Na minha carta eu cito uma passagem bem conhecida das Bem-Aventuranças, onde os pacificadores são "bem-aventurados", porque são pessoas que levam a sério e trabalham pondo em risco até as suas vidas pela justiça e pela paz.








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