2014-07-25 17:49:12

Grande expectativa para visita do Papa a Caserta: Francisco mexerá com as consciências, diz Dom D'Alise


Cidade do Vaticano (RV) - Mais de 200 mil fiéis estão sendo esperados para a missa que o Papa Francisco presidirá este sábado, às 18h locais, em Caserta – região italiana da Campânia –, diante da Régia, no dia de Senhora Sant'Ana, padroeira da cidade do sul da Itália.

Antes da celebração, às 16h, Francisco terá um encontro com o clero local. As horas que o Santo Padre transcorrerá na cidade serão poucas, mas esta sua primeira visita à Campânia – outra região do sul da Península marcada por graves problemas, da presença mortífera da camorra aos venenos da "Terra dos fogos" – tem criado, desde seu anúncio, grandes expectativas e esperanças.

Recentemente nomeado pelo Papa bispo de Caserta, Dom Giovanni D'Alise fala – em entrevista à Rádio Vaticano – de uma grande graça concedida à diocese e a toda a cidade:

Dom Giovanni D'Alise:- "A alegria não é somente minha. Estou vendo uma cidade em clima de grande expectativa, mas não somente a cidade, também muitas pessoas de outras partes da Campânia estarão presentes. Estamos à espera de uma palavra do Santo Padre, porque também aqui em Caserta vivemos, como todos repetem continuamente, uma situação difícil. Sou bispo aqui há dois meses e a frase que mais ouvi foi "situação difícil", em nível civil, mas também em nível eclesial. Portanto, a visita do Papa será para nós de consolação e encorajamento."

RV: Uma terra magnífica que, porém, infelizmente, tem um ar irrespirável, em todos os sentidos. O que espera que as palavras do Papa possam deixar?

Dom Giovanni D'Alise:- "É verdade. Falei sobre esta situação ao Papa, mas o Santo Padre já estava informado e a esse propósito já fez alguns pronunciamentos em seu Magistério. Esperamos que tenha algumas palavras não só de encorajamento a nos dizer, mas também de guia, de como devemos nos comportar, porque estamos imersos nesses problemas. Por exemplo, a presença da criminalidade organizada: é sutil, mas se sente. É igualmente difícil para os jovens. Há muito desemprego e, sobretudo, espero que o Papa nos dê uma palavra também para as novas gerações. Temos o compromisso fundamental de não desencorajar os jovens, de oferecer algumas possibilidades naquilo que é possível, mas sobretudo esperamos uma palavra firme do Santo Padre. O modo como as pessoas responderam a este anúncio da visita do Papa me dá confiança, faz-me confiar que não será somente um vento que levanta um pouco a poeira, mas que será certamente algo que penetra na profundidade do terreno de nossas vidas e também das relações em nossa sociedade. Porém, tudo está nas mãos da Providência. Estamos à espera, particularmente como clero, como leigos engajados, estamos à espera de uma palavra, mas sobretudo somos gratos ao Santo Padre, porque tudo nasceu de seu coração. Essa visita inesperada, que defino oficial, mas familiar, certamente mexerá com as consciências."

RV: È muito difícil anunciar a Palavra de Deus neste momento nesta terra? É difícil ser sacerdote aí?

Dom Giovanni D'Alise:- "Certamente o é, mas não mais difícil do que em outros momentos históricos, porque a proposta cristã encontra sempre as adversidades de um modo de viver já consolidado. Isso sempre houve em todas as épocas. E se dá hoje mais ainda, e é certamente difícil. Responder à vocação de ser sacerdote significa colocar-se completamente nas mãos de Deus e a serviço do povo. Essas duas coisas são inseparáveis e fundamentais, e aquilo que o povo nos pede em todos os níveis, inclusive religioso, é alguém que partilhe profundamente com ele a vida de todos os dias, que em muitos momentos, e neste particularmente, é realmente difícil. Aqui não há somente degradação, mas há muita gente que quer não um pequeno melhoramento, mas uma retomada. Trata-se de gente com disposição e precisa somente, por um pouco, ser tomada pela mão e encorajada." (RL)







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