Meriam salva da morte por apostasia – de passagem por Roma com direção a Nova Iorque
Acabou o pesadelo
para Meriam: a jovem sudanesa de 26 anos condenada à morte por apostasia, quando estava
no oitavo mês de gravidez, está livre e chegou na manhã desta quinta-feira a Roma.
A mulher, com o marido e os dois filhos, entre os quais a pequena Maya, nascida há
dois meses na prisão, chegaram a Ciampino com um voo patrocinado pelo Estado Italiano,
onde a esperavam o Primeiro-Ministro Matteo Renzi e esposa e o Ministro dos Negócios
Estrangeiros Federica Mogherini. Para as autoridades do seu país o crime de Meriam
era ter casado com um cristão e ter-se convertido à religião do marido. Por isso foi
presa e condenada à morte. Em plena audiência o juiz chamou-a pelo nome árabe Adraf
Al-Hadi Mohammed Abdullah e pediu-lhe para se converter novamente ao Islão. Meriam
na ocasião afirmou: “Eu sou cristã e não cometi apostasia”. Provavelmente, terá sido
também esta resposta que provocou a sua condenação à morte. Esta sentença provocou
reações em todo o mundo e em particular o empenho do governo italiano, que agora teve
um feliz epílogo. Meriam deu à luz a filha Maya durante o seu tempo de detenção em
condições durissimas. No dia 23 de junho o tribunal decidiu a sua libertação, mas
logo após foi de novo presa num controlo de documentos em pleno aeroporto onde pretendia
viajar para os Estados Unidos da América, pois o marido tem nacionalidade norte-americana.
Detida por pouco tempo refugiou-se de seguida na embaixada deste país em Kartum, onde
recebeu o passaporte que lhe permitiu hoje viajar até Roma e dentro de dias para Nova
Iorque. (RS)