A Semana do Papa – uma síntese das principais atividades de 14 a 20 de julho
Esta semana
a atividade do Santo Padre esteve muito reduzida e assim se manterá pelo menos até
final de agosto, devido ao período de verão que se vive na Europa. Desta forma, registamos
na rubrica de hoje os seguintes assuntos: a vídeo-mensagem do Papa Francisco aos
doentes e funcionários do Policlínico Gemelli, o contacto telefónico com os Presidentes
Peres e Abbas para reafirmar o desejo de paz na Terra Santa perante a escalada militar
que aconteceu nos últimos dias na Faixa de Gaza, e, finalmente, no final desta
rubrica daremos destaque ao Angelus deste domingo. Comecemos então pela vídeo-mensagem
do Papa Francisco dirigida aos doentes e funcionários do Policlínico Universitário
“Agostino Gemelli”, o Hospital de Roma que o aguardavam no passado dia 27 de junho,
mas o Santo Padre não pôde realizar esta visita devido a uma leve indisposição.
Na
vídeo-mensagem, o Papa Francisco revelou o motivo do cancelamento da visita: uma forte
dor de cabeça, que já tinha desde manhã mas que foi piorando durante o dia.
“Sei
que tudo tinha sido preparado com entusiasmo e paixão para recordar os 50 anos da
inauguração em Roma do Policlínico Universitário ‘Agostino Gemelli’, anexo à Faculdade
de Medicina e Cirurgia. Tudo estava pronto; ou melhor, como puderam ver, os meus mais
estreitos colaboradores já se encontravam no Gemelli, mas poucos minutos antes de
partir, uma forte dor de cabeça que tinha desde manhã, e que esperava que passasse,
foi piorando e a esta se acrescentou também a náusea.”
“Compreendo
a insatisfação não somente dos responsáveis, mas também de todos aqueles que trabalharam
com tanto esforço e paixão. Compreendo sobretudo a desilusão dos doentes já prontos
para poder rezar juntos durante a Santa Missa, e que teria tido o gosto de saudar
pessoalmente.”
Aos doentes, o Papa Francisco afirmou que o período
de verão que estão vivendo pode representar mais dificuldade ou solidão, pois muitas
pessoas saem de férias, mas pediu que cultivem na oração o prazer das coisas de Deus,
que testemunhem que somente Deus é a nossa força.
“Vós, enfermos, que
sentis a fragilidade do corpo, podeis testemunhar com força às pessoas que estão ao
vosso redor que o bem precioso da vida é o Evangelho, o amor misericordioso do Pai,
e não o dinheiro ou o poder. De facto, mesmo quando uma pessoa é, segundo as lógicas
mundanas, importante, não pode acrescentar um só dia à própria vida.”
Por
fim, o Papa Francisco agradeceu a todos os funcionários pela “paixão” com que trabalham
e dirigiu-se mais uma vez aos doentes:
“Saibam que desejei muito este
encontro, mas, como bem sabeis, nós não somos donos da nossa vida e não podemos fazer
como bem queremos. Devemos aceitar as fragilidades. Cultivem comigo a confiança que
somente em Deus depositamos a nossa força. Eu vos confio a Maria e vocês continuem
rezando por mim.”
Com a situação na Faixa de Gaza a agravar-se de dia
para dia o Papa Francisco na senda do seu apelo pela paz na Terra Santa no domingo
dia 13, telefonou pessoalmente na manhã de sexta-feira, dia 18, aos Presidentes israelita
Shimon Peres e palestiniano Mahmoud Abbas. O Papa partilhou com os dois presidentes
“as gravíssimas preocupações na atual situação do conflito” que – refere um comunicado
da Sala de Imprensa da Santa Sé – “envolve de modo particular a Faixa de Gaza e que,
num clima de crescente hostilidade, ódio e sofrimento para os dois povos, está provocando
numerosas vítimas e dando lugar a uma situação de grave emergência humanitária”.
Como
havia feito durante a sua recente peregrinação à Terra Santa e por ocasião da oração
pela paz aos 8 de junho, nos Jardins do Vaticano, o Papa Francisco “assegurou a sua
incessante oração e a de toda a Igreja, em favor da paz na Terra Santa e partilhou
com os seus interlocutores - que considera homens de paz e que querem a paz -, a necessidade
de se continuar a rezar e de comprometer-se em fazer sim com que todas as partes interessadas
e todos os que têm responsabilidades políticas a nível local e internacional, se empenhem
em fazer cessar todas as hostilidades, trabalhando em favor de uma trégua, da paz
e da reconciliação dos corações”.
No Angelus deste domingo dia 20 o Papa
Francisco manifestou uma vez mais a sua profunda preocupação pela situação dos cristãos
no Iraque e em todo o Médio Oriente:
Soube com preocupação as notícias
que chegam das comunidades cristãs em Mosul (Iraque) e outras partes do Médio Oriente,
onde eles viveram desde o início do cristianismo, com os seus concidadãos, oferecendo
um significativo contributo ao bem da sociedade. Hoje são perseguidos, os nossos irmãos,
são mandados embora, devem deixar as suas casas sem ter a possibilidade de levar nada
consigo. Asseguro a estas famílias e a estas pessoas a minha proximidade e a minha
constante oração. Caríssimos irmãos e irmãs, tão perseguidos, eu sei quanto sofreis,
eu sei que sois despidos de tudo, , estou convosco na fé naquele que venceu o mal.
E a vós aqui na Praça, e a todos os que nos seguem … convido-vos a recordá-los na
oração. Vos exorto também a perseverar na oração pelas situações de tensão e conflito
que persistem em diversas partes do mundo, especialmente no Médio Oriente e na Ucrânia.
Que o Deus da paz inspire em todos um autêntico desejo de diálogo e reconciliação.
A violência não se vence com a violência. A violência vence-se com a paz!
E
com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo
Padre que foram notícia de 14 a 20 de julho. Esta rubrica regressa na próxima semana
sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)