Maringá (RV) - Diante de fracassos como o que vivemos no jogo do Brasil contra
a Alemanha, penso que vale recordar a Palavra de Deus. “Qual é o rei que, indo à guerra
a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com
dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?”( Lc 14,31).
Ao enfrentar o adversário, seja qual for, sempre se faz necessário examinar bem
o número quanto a qualidade dos soldados que temos. Nunca se vai à guerra pensando
que o inimigo vai entregar o ouro sem mais nem menos, ou então que será fácil vencer
porque estamos lutando na própria terra ou no pátio da casa.
O adversário
sempre será adversário que vem para ganhar, não pela benevolência do inimigo , mas
pela capacidade de lutar, sem dó ou piedade.
Neste momento não se trata de
encontrar o culpado, e nem mesmo quem errou no jogo, muito menos fazer atos de vandalismo
nas ruas e praças. Em cada queda, ficam as lições a serem aprendidas, comportamentos
a serem assimilados. É preciso humildade para aceitar. Também é bom ter humor para
rir da própria falta de visão diante dos riscos. É preciso saber perder.
Nada
está ganho de antemão. Não se pode supor nada diante dos desafios a serem vividos.
É necessário estar preparado com unhas e dentes, porque o adversário sempre tem estratégias
impensáveis, energia e audácia que superam toda e qualquer imaginação. Em qualquer
situação de nossas vidas, venceremos os inimigos estando preparados. Na vide espiritual
também é assim. Ou nos preparemos, ou vamos perder.
Neste momento de frustração,
o caminho não é a vingança nem mesmo ter raiva dos adversários. Primeiro porque raiva
é com “tomar veneno para que o outro morra”. Segundo, temos que agradecer à seleção
alemã, porque nos fez sair da hipocrisia do “melhor do mundo”, e começar a por os
pés no chão da verdade, que dói e machuca, mas é verdade. O Senhor nos garante que
a “verdade vos libertará” (Jo 8,32). Sim, o mundo da mentira e das artimanhas sempre
terá um fim, e sempre será trágico, doído, vergonhoso. Ninguém tem o direito de fazer
uma nação pagar o pato, por querer ser o que não é. Quem sabe essa lição vai nos ensinar
para sempre, que não vale a pena colocar nossas esperanças nos bens terrenos. Tudo
passa, só Deus permanece. “Maldito o homem que confia no homem” (Jer 17,5).
Continuemos
jogando. Futebol é jogo, é esporte, e não apenas troféus. De autor desconhecido encontrei
este pensamento:“Quem perde seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais;
mas quem perde a coragem perde tudo”.
Nada melhor do que lembrar o que cantamos
no hino nacional: “Os filhos teus não fogem à luta”. Lutar e lutar sempre, buscando
os verdadeiros valores da vida, aprendendo as lições que a vida ensina, tendo sempre
a coragem de recomeçar. Lembremo-nos sempre as palavras do Senhor: “E haveis de estar
tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”(Jo 16,20).
Tristeza
não só por um mundial frustrado, e sim pela tristeza que nos abate em qualquer momento
e por qualquer motivo. Preparados e vigilantes para não cair nas armadilhas do imprevisto,
do imaginário, das fantasias e sim preparados para enfrentar o inimigo a qualquer
momento da vida, não só no mundial de quatro em quatro anos.
Que Deus te capacite
para que você saiba identificar os seis adversários interiores e lutar contra eles.
Seja vitorioso, pois Deus já te fez vencedor. Boa semana pra você e sua querida família!