Bispos na Venezuela: derrotar o pessimismo e promover esperança
Caracas (RV) – “É triste ver a progressiva deterioração das instituições e
da convivência entre os cidadãos. Perdeu-se a confiança. O país se tornou um quebra-cabeça
difícil de compor. Mais de nove milhões de venezuelanos vivem na pobreza extrema.
O diálogo entre governo e oposição foi somente um evento contingente, sem projeções
ou consequências. Congelou-se sem resultados”. Com essas considerações, o Presidente
da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV), Dom Diego Rafael Padrón Sánchez, Arcebispo
de Cumaná, abriu os trabalhos da Assembleia plenária da CEV, em andamento em Caracas,
capital do país.
Dom Padrón Sánchez foi muito firme, denunciando que “testemunhos
de todos os setores da nossa sociedade (estudantes, políticos e pessoas comum) demonstram
que na Venezuela não são respeitados os direitos humanos e a Constituição; e as leis
não dão a última palavra na gestão da justiça, pois, ao invés, esta fica a cargo dos
juízes e dos funcionários, e de seus interesses em manter o poder, os privilégios
e o controle político da situação".
O Arcebispo de Cumaná indicou, todavia,
sinais de esperança: “O país pede diálogo, a compreensão e a sabedoria. Um diálogo
que não seja somente um mecanismo para aplacar o protesto, mas que seja autêntico,
com uma praxe reconhecida que leve a resultados tangíveis. O diálogo não é uma alternativa
ao protesto pacífico, mas ao mal-estar social e à violência. O país não está tranquilo,
se vive na tensão. Apesar de tudo, ninguém pode negar que a Venezuela seja uma nação
com muitos recursos humanos e com valores morais. É necessário derrotar o pessimismo
e fazer crescer a esperança. Somos um povo de fiéis, na maioria católicos".