Moçambique: Validação nesta quarta-feira da detenção do porta-voz da Renamo pela
polícia nacional
O Porta-voz do
líder da Renamo, António Muchanga, foi detido na manhã desta segunda-feira, em Maputo,
à saída da reunião do Conselho de Estado, órgão de que também é membro. O referido
encontro havia sido convocado pelo Presidente da República, Armando Guebuza, para
debater a actual situação político-militar no país, caracterizada por ataques fortuitos
da Renamo, particularmente a colunas de viaturas em Muxúnguè, província de Sofala,
o que resulta em perdas de vidas humanas e bens.
Detido por incitar a guerra
Segundo
uma fonte do Comando-Geral da Polícia, António Muchanga recolheu aos calabouços, pesando
sobre si o crime de incitação à guerra, postura que vinha assumindo invariavelmente
nos seus habituais pronunciamentos públicos através da Imprensa.
A detenção
de António Muchanga seguiu-se ao cumprimento de uma decisão dos membros do Conselho
de Estado que votaram a favor da retirada da sua imunidade como membro deste órgão.
No que diz respeito à imunidade, os estatutos da organização do Conselho de Estado
referem que “nenhum membro do Conselho de Estado pode ser detido ou preso sem autorização
do Conselho, salvo por crime punível com pena de prisão maior e em flagrante delito”.
Assim, Muchanga foi detido pouco depois de o Conselho de Estado ter-lhe retirado a
imunidade.
Frelimo a favor da detenção de António Muchanga
Relativamente
a esta detenção, o porta-voz da bancada parlamentar da Frelimo, Edmundo Galiza Matos
Júnior, afirma que este político há muito que profere discursos belicistas e que incitam
a violência no País.
Para o porta-voz da bancada da Renamo, Arnaldo Chalaua,
a detenção de Muchanga é ilegal e não faz sentindo.
Por seu turno, o porta-voz
do Movimento Democrático de Mocambique, José De Sousa, diz que o governo devia ponderar
bem na decisão que tomou sob o risco dessa detenção agudizar a tensão-político militar
no País.
A legalização da prisão será feita esta quarta-feira, por um juiz
do Tribunal Supremo, entidade que está a tramitar o processo, isto depois de analisada
e chancelada a sua prisão pela Procuradoria Geral da República.
Refira-se que
em Junho do ano passado foi um membro do partido Renamo, Jerónimo Malagueta, depois
de anunciar publicamente a intenção de interditar a circulação normal de pessoas e
bens ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), entre o Rio Save e Muxúnguè, na
província de Sofala.
Hermínio José, Maputo.
Foto: Presidente da RENAMO,
Afonso Dlakama (arquivo)