Bispos mexicanos pedem diálogo entre partidos para aprovação de reformas
Cidade do México - (RV) - “O México merece a oportunidade de andar em frente.
O seu futuro não pode ser cancelado.” A Arquidiocese da Cidade do México solicita
às forças políticas, em uma nota, a levar adiante as reformas indispensáveis ao país,
deixando de lado as posições de hostilidade e as divergências ideológicas entre os
partidos políticos.
O documento, intitulado “O diálogo para encontrar os acordos”,
divulgado no site da Arquidiocese, se concentra em duas reformas economicamente estratégicas
para o crescimento do país: a reforma das telecomunicações, para o desenvolvimento
tecnológico, e a reforma energética, sobre a qual as diversas posições políticas se
mostram irredutíveis. “Daí a necessidade de uma reforma constitucional que faça do
México um país competitivo para atrair investimentos privados no setor,” diz a nota.
Os
bispos também lembram de forma positiva a tentativa do Presidente Enrique Peña Nieto
quando, em 2012, coordenou as diversas forças políticas a firmarem o “Pacto pelo México”,
uma lista de reformas políticas e estruturais, “de cuja aprovação depende o desenvolvimento
nacional e seus resultados mais amplos: a luta contra a pobreza e a formação de um
estado de direito, em um país de instituições comprometidas." A Arquidiocese da Cidade
do México denuncia o choque cotidiano de posições ideológicas que “se tornam inconciliáveis
e não permitem um debate sério, profundo e produtivo que leve ao diálogo entre as
partes,” acrescenta a nota.
“Uma sociedade democraticamente saudável se caracteriza,
entre outras coisas, pelo espaço dado à participação de todas as pessoas,” escrevem
os bispos. E prosseguem dizendo que “o limite está no respeito e na harmonia social,
na salvaguarda das instituições legítimas e na obediência às leis.” Mas à sociedade
falta também uma informação adequada que lhe permita formar uma opinião e compreender
a importância desta reforma, enaltecem os bispos mexicanos, e é por este motivo que
frequentemente se adotam posições mais que realistas, ideológicas.”
Colocando
uma luz na disputa entre as forças políticas e a desconfiança da população nas instituições,
que acabam freando as reformas, a Igreja da Cidade do México evidencia que muitos
cidadãos esperam uma abertura ao diálogo, à reconciliação entre as posições ideológicas
e a “busca, não dos interesses pessoais, mas do bem e do progresso do país, segundo
uma atitude patriótica.” É necessário, continua a nota, uma genuína preocupação que
busque a diminuição da pobreza e o bem comum acima dos interesses de grupos; uma visão
do futuro que permita explorar racionalmente os recursos naturais para que possam
beneficiar as futuras gerações. “Queremos crer na boa fé dos nossos legisladores e
confiamos que aqueles que nos representam façam um trabalho digno e honesto, que honre
as gerações futuras,” conclui a nota. (EF)