2014-07-07 11:09:32

Coreia: visita de Francisco será 'instrumento de paz'


Seul (RV) – Os católicos na Coreia do Sul estão otimistas de que a próxima visita do Papa Francisco vai ajudar a aliviar as tensões e pavimentar o caminho para a tão esperada reconciliação com sua vizinha Coreia do Norte.

O Cardeal Andrew Yeom Soo-jung, arcebispo de Seul, disse que o povo da Coreia do Sul está esperançoso de que a visita papal irá produzir o “maior milagre”, levando as duas Coréias de volta ao diálogo, relata o CBCP News.

De acordo com declarações do cardeal ao CBCP, serviço de notícias da Conferência Episcopal das Filipinas, “na Terra Santa, o Papa convidou os Presidentes de Israel e da Palestina à sua casa, no Vaticano, para rezar juntos. Talvez, a visita de Francisco represente um gesto de paz ou de distensão para as duas Coreias”.

“Atualmente, nenhum dos lados mostra qualquer vontade de entrar em diálogo, e isso é uma das coisas mais frustrantes para nós", observou ainda o Cardeal Yeom.

O cardeal disse que os católicos no Sul gostariam que o Papa convidasse os dois líderes, Kim Jong-un da Coreia do Norte, e Park Geun-hye, Presidente sul-coreano, para um gesto comum de oração ou uma reunião. “Eu espero que o Papa abençoe Kim Jong-un e o Presidente Park, desejando-lhes tanto um futuro de paz”, completou.

"Mas seria um verdadeiro milagre", o Cardeal foi rápido a admitir. Yeom observou que a viagem de Francisco para a Coréia do Sul vai centrar-se especialmente nos leigos, que têm sido uma força vital no crescimento da Igreja Católica no país.

"Eu realmente acredito que Deus está trabalhando para nos mostrar um caminho e Sua vontade. O Papa vem em primeiro lugar para atender os jovens da Ásia... Ele está vindo para nos encorajar a estar na vanguarda da missão", acrescentou o cardeal.

Tensões esporádicas têm surgido entre as duas Coreias nos últimos meses, especialmente ao longo de sua fronteira marítima. O conflito entre os dois países foi desencadeado após o fim da ocupação japonesa em 1945, que levou à separação da península coreana e à guerra civil.

A viagem do Pontífice está programada de 14 a 18 de agosto; será a sua primeira peregrinação à Ásia como líder da Igreja Católica, e a razão é a 6ª Jornada da Juventude da Ásia, evento de uma semana a ser realizado em Daejon.

Dos 49 milhões de habitantes da Coreia do Sul, os cristãos são o maior grupo religioso, com 31,6 por cento da população (24 por cento Protestantes, 7,6 por cento Católicos Romanos). Os budistas são 24,2 por cento.

Da população da Coreia do Norte apenas uma porcentagem minúscula são cristãos, mas números confiáveis são difíceis de encontrar.

Antes de 1948, Pyongyang era um importante centro cristão: um sexto de sua população de cerca de 300.000 pessoas foram convertidos, segundo relatório nacional sobre a Coreia do Sul da Biblioteca do Congresso dos EUA.
(CM)








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