2014-07-06 16:38:55

A esperança não decepciona: o comovente encontro do Papa com os detentos de Isernia


Isernia (RV) - O Santo Padre, após o encontro deste sábado com os jovens no Santuário de Nossa Senhora das Dores em Castelpretoso, transferiu-se para Isernia, onde encontrou os detentos no pátio da Casa de detenção – um dos momentos mais aguardados desta visita pastoral de Francisco à região italiana do Molise.

Ao tomar a palavra, Francisco agradeceu aos presentes pelo acolhimento e pelo testemunho de esperança dado por um detento que falou em nome dos demais, e disse ter-se impressionado com uma palavra contida na saudação da diretora do instituto penal: esperança.

"Esse é o desafio, como dizia duas semanas atrás na Casa de detenção de Castrovillari: o desafio da reinserção social. E para isso é preciso um percurso, um caminho, quer externo, quer no cárcere, na sociedade, quer internamente, na consciência e no coração. Fazer o caminho de reinserção, que todos devemos fazer. Todos", enfatizou.

"Todos erramos na vida. E todos devemos pedir perdão por esses erros e fazer um caminho de reinserção, para não mais errar. Alguns fazem esse caminho na própria casa, no próprio trabalho; outros, como vocês, numa casa de detenção."

"Quem diz que não precisa fazer um caminho de reinserção é um mentiroso! Todos erramos na vida e também, todos, somos pecadores. E quando pedimos perdão ao Senhor pelos nossos pecados, por nossos erros, Ele nos perdoa sempre, jamais se cansa de perdoar." Diz-nos: "Saia desse caminho porque não lhe fará bem seguir por ele". E essa é a reinserção, o caminho que todos devemos percorrer, acrescentou.

"Devemos caminhar, dar um passo a cada dia, com a ajuda do Senhor. Deus é Pai, é misericórdia, nos ama sempre. Se nós O buscamos, Ele nos acolhe e nos perdoa. Como disse, não se cansa de perdoar". É o tema desta visita, recordou: "Deus não se cansa de perdoar".

Há uma coisa muito bonita, quando o Senhor nos perdoa não diz: "Eu o perdôo, se vire!" Não, Ele nos perdoa, nos toma pela mão e nos ajuda a seguir adiante nesse caminho da reinserção, na própria vida pessoal e também na vida social. Deus faz isso com todos nós.

"Toma-nos pela mão e nos ajuda a seguir adiante. E isso se chama esperança! E com essa esperança, com essa confiança se pode caminhar dia após dia. E com esse amor fiel, que nos acompanha, a esperança realmente não decepciona."

"Agradeço-lhes pelo acolhimento" – disse ainda. "E gostaria... me vem espontâneo dizê-lo, porque sempre sinto isso, inclusive quando a cada 15 dias telefono para um cárcere em Buenos Aires, onde se encontram jovens e conversamos um poço por telefone. Vou lhes dizer uma coisa pessoal. Quando me encontro com um de vocês, que está numa casa de detenção, que está caminhando rumo à reinserção, mas que ainda está preso, sinceramente me faço a seguinte pergunta: por que ele e não eu? Sinto isso. É um mistério. Mas partindo desse sentimento, desse sentir, acompanho vocês."

Após a recitação da Ave-Maria, o Papa Francisco concluiu o encontro com o seguinte pedido: "Por favor, rezem por mim! Rezem por mim!" (RL)







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