2014-07-05 20:48:16

Francisco em Isernia: a misericórdia é profecia de um mundo novo


Isernia (RV) - São Celestino V, como São Francisco, sentiu a necessidade de dar ao povo a coisa mais importante: "a misericórdia do Pai, o perdão". Foi o que recordou o Papa Francisco no último discurso de sua visita ao Molise, região do sul da Itália. Tratou-se do discurso feito durante o encontro com o povo de Isernia, na praça da catedral da cidade, durante o qual deu início ao Ano jubilar Celestiniano.

"A misericórdia de Deus renova o mundo": esse foi o cerne do discurso que o Santo Padre dirigiu à população de Isernia, onde em 1215 nasceu Pietro da Morrone, que, eleito Papa, tomou para si o nome de Celestino V.

Ele e São Francisco de Assis, ressaltou o Papa, tiveram "um fortíssimo sentido da misericórdia de Deus". Ambos conheciam a sociedade de seu tempo com suas grandes pobrezas e tinham a mesma forte compaixão de Jesus pelas muitas pessoas cansadas e oprimidas.

Mas, frisou o Pontífice, não se limitavam a dispensar bons conselhos: "eles, por primeiro, fizeram uma escolha contracorrente" confiando-se na "Providência do Pai" e "sentiram a necessidade de dar ao povo a coisa mais importante, a riqueza maior: a misericórdia do Pai, o perdão":

"A misericórdia, a indulgência, o perdão da dívida, não é somente algo de devocional, de íntimo, um paliativo espiritual, uma espécie de óleo, que nos ajuda a sermos mais suaves, mais bons. Não! É a profecia de um mundo novo, misericórdia é profecia de um mundo novo em que os bens da terra e do trabalho são distribuídos de modo equânime e ninguém fica desprovido do necessário, porque a solidariedade e a partilha são a consequência concreta da fraternidade."

Assim se revela o significado do Ano jubilar Celestiniano que o Papa declarou aberto e durante o qual "será escancarada a todos a porta da divina misericórdia": não se trata de uma fuga da realidade, mas é "a resposta que vem do Evangelho":

"O amor como força de purificação das consciências, força de uma renovação das relações sociais, força de projetação por uma economia diferente, que no centro coloca a pessoa, o trabalho, a família, e não o dinheiro e o lucro."

"Este caminho não é o do mundo": "não somos sonhadores", disse o Papa Francisco, ressaltando, porém, com veemência, que "este caminho é bom para todos". E como "sabemos que somos pecadores" e que somos sempre tentados a não segui-lo, "nos confiamos à misericórdia de Deus" e nos comprometemos a produzir frutos de conversão e de misericórdia:

"Essas duas coisas: converter-se e fazer obras de misericórdia. Essa é a música, por assim dizer, deste ano, deste ano jubilar, deste ano Celestiniano." (RL)







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