A voz do Papa Francisco em defesa dos albinos africanos
Cidade do Vaticano (RV) - “Francis estendeu os braços com as palmas dirigidas
para o céu e disse: ‘Deus está em cada ser humano. A vida de um ser humano vale tanto
quanto a vida de toda comunidade. Quando se ofende um pessoa, se insulta Deus’”. É
esta a frase que o Papa Francisco escolheu ler para o livro-áudio “Sombra Branca”,
que conta e denuncia a descriminação e o sofrimento dos albinos na África. Realizado
por Cristiano Gentili, o livro está ligado também à campanha internacional lançada
em 25 de junho em defesa das violências contra os albinos africanos com o hashtag
#HelpAfricanAlbinos (Ajudemos os albinos africanos), à qual também aderiu o Pontífice.
Ambientado
na Tanzânia, onde o escritor – ligado à Organização Médicos com a África-Cuamm – trabalhou
por muitos anos, o romance “Sombra Branca” narra a história de uma pequena menina
albina, Adimu, que, não obstante o ambiente hostil e inimigo que a circunda, não deixa
nunca de buscar amor e amizade.
“Marginalizados pela sociedade que não os considera
como africanos – explica o site www.ombrabianca.com, no qual é possível escutar o
áudio do Papa Francisco – pelo mercado de trabalho e pelos próprios familiares que
em muitos casos os abandonam no nascimento, os albinos africanos são vítimas de homicídios
rituais. São perseguidos por causa da superstição”.
Segundo as crenças populares,
“as partes do corpo humano tem fortes poderes mágicos e trazem riqueza, fortuna, fertilidade
a quem delas se apropria” e para alimentar este mercado, “as pessoas albinas são perseguidas,
mortas, despedaçadas, seus túmulos são profanados e os restos roubados”. A este drama,
acrescentam-se “os graves problemas de saúde em conseqüência da falta de melanina
e da constante exposição ao sol equatorial, causa de queimaduras, infecções e na
maior parte dos casos, de tumores na pele”, tanto que “80% dos albinos tanzanianos
não supra os 30 anos. O câncer de pele é um homicida silencioso. A sua esperança de
vida é de 32 anos.
Para chamar a atenção para este drama que atinge milhares
de africanos, nasceu assim a idéia do primeiro “livro-áudio” social. Tal livro dará
simbolicamente voz a quem não tem voz. Além disto, foi lançada uma petição em seis
línguas no site www.change.org para manifestar proximidade e pedir ajuda concreta
em favor dos albinos africanos graças à parceria com Médicos com a África-Cuamm. (JE)