Reflexão para a Solenidade de São Pedro e São Paulo
Cidade do Vaticano - (RV) - Quando
queremos ouvir bem uma estação de rádio ou um telefonema, nos envolvemos em silêncio
para que possamos detectar o sinal que desejamos e receber a mensagem a nós dirigida.
Do mesmo modo, quando queremos ouvir o Senhor, perceber sua presença, é necessário
nos afastarmos do burburinho diário para, no silêncio, reconhecer a presença do divino
interlocutor. Pedro reconhece em Jesus o Messias porque, afastado das circunstâncias
comuns do dia, estava tão livre de apegos e tão aberto a Deus que pode reconhecer
a verdadeira identidade de Jesus Cristo. Nesse encontro com Deus, Simão recebe
sua grande missão, encontra sua vocação: ser pedra, Pedro, aquele que deverá confirmar
a fé de seus irmãos. Também nós, se quisermos identificar nossa missão, nossa vocação,
será necessário penetrarmos no silêncio da oração para ouvirmos o Senhor nos indicando
o caminho a ser seguido. E essa escuta é feita não uma única vez, mas sempre. O Senhor
não irá mudar nossa vocação, mas irá atualizá-la, torná-la própria para o mundo e
o momento em que vivemos. Paulo, em sua carta a Timóteo, revê sua resposta à sua
vocação. Ele reconhece que foi fiel à missão, que anunciou o Evangelho de Cristo ao
mundo. Revê todas as vicissitudes por que passou, o quanto sofreu por causa de sua
missão. Ao mesmo tempo em que vê que foi fiel, Paulo é humilde. Agradece a Deus sua
fidelidade à vocação e o cumprimento da missão. Do mesmo modo, quando examinamos
nossa atuação cristã, deveremos perceber que foi a graça de Deus que nos fez sermos
fiéis. Pedro e Paulo foram as duas colunas da Igreja, mas o foram não por seus
próprios méritos, mas por fidelidade à graça recebida. Que também nós, vivendo uma
grande humildade e obediência, permitamos que o Espírito aja em nosso querer e agir.
Assim, poderemos louvar e agradecer ao Senhor por nos ter convidado a tomarmos parte
em sua missão redentora e nos ter tornados fiéis, mesmo envolvidos por diversas dificuldades. (CAS)