Kuala Lumpur (RV) – Um passo atrás no que diz respeito à liberdade religiosa,
uma “decisão regressiva” adotada pela Corte Suprema sobre o uso do nome “Alá” para
cristãos: assim, o Conselho das Igrejas da Malásia (CCM), que reúne as comunidades
cristãs de diversas confissões, definiu a sentença da Corte que confirmou a proibição
imposta ao jornal católico “Herald” de usar o nome “Alá”. O Secretário-geral do CCM,
Hermen Shastri, - refere a agência Fides - afirma que “o governo deveria perceber
que os cidadãos malaios sempre utilizaram Bíblias em Bahasa Malaysia (língua local)
que contém o nome “Alá”.Segundo o Secretário, trata-se de uma sentença que claramente
“se distancia da verdade”.
Também a Ong “Human Rights Watch” (HRW) destaca
que “a tolerância religiosa da sociedade multireligiosa da Malásia está diminuindo”,
afirmando que “o governo malaio deveria trabalhar para promover a liberdade de religião”
e não dar espaço a grupos islâmicos radicais e conservadores.
A Corte Suprema
(terceiro grau de juízo) emitiu o veredicto através de um colégio de sete juízes,
com um só voto de diferença (4 a 3). Segundo fontes da Fides, os três juízes, todos
muçulmanos, que votaram a favor dos cristãos, observaram que “existe um preconceito,
pois a palavra Alá circula livremente na Bíblia ou nos livros sagrados Siques”. Afirmaram
ainda que o Tribunal de Apelação (segundo grau), ao impor a proibição, “ultrapassou
seus poderes e competências jurisdicionais, sem se basear em fatos concretos nem em
específicas disposições de direito”. (SP)