Reconciliação, esperança e paz: os "desafios missionários" do Papa em sua visita à
Coreia do Sul
Seul (RV) - O Papa Francisco chega à Coréia do Sul "no momento certo". Esta
quarta-feira foi "aniversário da deflagração da Guerra da Coreia, e daqui a pouco
mais de um mês o Pontífice virá à península para indicar o percurso que leva à esperança,
à paz e à reconciliação. Sua visita relançará o esforço missionário da Igreja coreana
e ajudará a sanar os conflitos que ainda dividem não somente a península, mas também
a sociedade do Sul". Foi o que disse à agência AsiaNews o Superior regional
dos missionários Maryknoll, Pe. Gerard Hammond, grande conhecedor da Coreia do Norte.
Não
podemos esquecer que aqui, 64 anos atrás, teve início a Guerra da Coreia, disse Pe.
Hammond. O fato de o Papa vir aqui daqui a pouco mais de um mês, e de passar na Coreia
o dia da libertação (15 de agosto), é muito importante: "o Pontífice vem para trazer
à Coréia e à Ásia uma mensagem de esperança e de paz. Ele traz vida nova à Igreja
coreana e novos impulsos para o diálogo e a pacificação com o Norte. É o momento justo",
acrescentou.
As pessoas do Sul, ressaltou ainda o missionário, "sofreram uma
grande perda em abril passado: o naufrágio da embarcação Sewol, em que muitos jovens
perderam a vida. O Papa visitará as famílias dos sobreviventes e levará seu conforto
a essas pessoas, devastadas pela perda de um filho ou de um ente querido. Seu amor
por quem sofre é maravilhoso, e pode ser o motor para um novo caminho no país e no
continente".
Por sua vez, o Superior Geral da Sociedade Missionária Coreana,
Pe. Andre Kim, considera que a visita do Papa será um sinal da reconciliação e da
paz de Cristo para o povo coreano, que no momento deve enfrentar conflitos e divisões
sociais. Nesse sentido, a Igreja deve aproveitar a visita do Papa Francisco para refletir
sobre seu papel e sobre a missão que Cristo lhe confiou, afirmou.
Para o religioso,
o "desafio missionário" que o Pontífice apresenta à Igreja coreana deve estender-se
ao continente asiático. Pe. Kim concluiu afirmando que "a finalidade principal de
Francisco será reavivar o entusiasmo da fé dos jovens e de todos os coreanos, elemento
essencial da missionariedade da Igreja, e disse esperar que a população coreana queira
acolher a mensagem do Santo Padre com coração e mente abertos.
Por fim, disse
esperar que cada vez mais os católicos coreanos escolham no futuro próximo sair em
missão e ter a certeza de que esse será um dos frutos da visita de Francisco à Coréia.
(RL)