Card. Hummes confere efeitos da cheia do Rio Madeira e relata à RV
Boa
Vista (RV) – A Igreja em Roraima lança um alarme contra a política econômica do
estado, centralizada na exploração dos recursos naturais com fins de exportação.
Em nota, a Diocese de Roraima aborda a questão da prática da mineração e instalação
de hidrelétricas em terras indígenas na região. De acordo com o texto, "os impactos
ambientais desses grandes projetos são incalculáveis e irreversíveis, já suficientemente
demonstrados por estudos científicos e pela própria experiência de projetos passados".
A nota “Mineração e Hidrelétricas em Terras Indígenas” – precede o próximo
documento do Papa sobre pobreza e ecologia, e foi publicado simultaneamente à viagem
à Amazônia de Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e Presidente da Comissão
Episcopal para a região amazônica.
Entrevistado pela RV após a visita, Dom
Cláudio fala da possibilidade que a construção de grandes hidrelétricas tenha conseqüências
como a cheia no Rio Madeira, que desalojou milhares de famílias que viviam no campo
e nas cidades.
O Rio subiu quase 20 metros: cidades ficaram inundadas, milhares
de agricultores ribeirinhos perderam lavouras, rebanhos, e até mesmo as casas onde
viviam. Três meses depois do auge da enchente, hoje os prejuízos são visíveis e as
famílias lutam para reconstruir suas vidas.
Em outubro de 2013, o I Encontro
das Igrejas da Amazônia – com a participação de uma centena de bispos – traçou as
linhas do compromisso da Igreja nesta região onde convivem povos índios, latifundiários
e agricultores sem-terra em busca de um futuro melhor.
Ouça a entrevista com
o Card. Hummes, clicando acima. (CM)