Relatório aponta tráfico humano, trabalho escravo e exploração de menores no mundo
Washington (RV) - Os Estados Unidos colocaram a Tailândia, a Malásia e a Venezuela
em sua lista negra, acusando os três países de nada fazerem para impedirem o tráfico
humano, de acordo com um relatório publicado sexta-feira, 20, pelo Departamento de
Estado estadunidense.
Na mesma lista figuram Irã, Coreia do Norte, Rússia,
Síria e Zimbábue, entre outros. Segundo os mais recentes dados, o tráfico humano afeta
mais de 20 milhões de pessoas em todo o Mundo.
Em relação ao Brasil, o relatório
avalia que os esforços do governo para combater o tráfico de pessoas, apesar de "significativos",
ainda não são suficientes para eliminar o problema. O documento aponta que o Brasil
continua a ser "fonte e destino" de homens, mulheres e crianças submetidos a tráfico
sexual e trabalhos forçados, tanto dentro do país quanto no exterior. Segundo o relatório,
o turismo sexual infantil continua a ser um problema, principalmente no Nordeste.
O
Departamento de Estado menciona a correlação entre trabalho escravo e degradação ambiental,
principalmente na região amazônica, mas ressalta que o trabalho escravo ocorre não
apenas no campo e observa que, em 2013, as autoridades brasileiras identificaram pela
primeira vez mais indivíduos em trabalho escravo em áreas urbanas do que em áreas
rurais.
O relatório anual analisa 188 países, divididos em quatro categorias,
de acordo com os esforços feitos para combater o tráfico humano. O Brasil é incluído
na categoria 2, destinada a países que ainda não se adequaram totalmente aos padrões
mínimos previstos, mas estão fazendo esforços.
Um trecho do relatório é dedicado
à relação entre tráfico humano e grandes eventos esportivos. O documento não cita
o Brasil especificamente, apenas fornece recomendações gerais para países que irão
abrigar esse tipo de evento, entre eles as próximas Olimpíadas até 2020 (a de 2016
será no Rio) e a Copa do Mundo de 2018 (na Rússia) e 2022 (no Catar). "Grandes eventos
esportivos são tanto oportunidade para aumentar conscientização quanto desafio para
identificar vítimas de tráfico e processar traficantes", diz o texto. (CM-BBC)