2014-06-18 12:23:46

“Eles também acolhem”: a homenagem da Caritas Arquidiocesana de SP no Dia Mundial do Refugiado


São Paulo (RV) - Porque tiveram que deixar seus países depois de serem vítimas de perseguições injustas ou por sofrerem graves violações de direitos humanos, os refugiados sempre precisam de apoio e de uma acolhida atenciosa quando chegam ao Brasil.

Suas demandas passam por muitos os níveis. Um lugar onde dormir as primeiras noites; um atendimento médico de emergência; uma doação de roupas e itens de necessidade; aulas de português; orientações jurídicas; indicações de trabalho; atividades culturais para se familiarizar com o novo ambiente... todas são ações de acolhimento e integração dos refugiados.

Entidades da sociedade civil têm realizado parte deste trabalho no Brasil, construindo uma rede de proteção em parceria com o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados). A Caritas Arquidiocesana de São Paulo é uma delas e, há mais de trinta anos, mantém um trabalho de atenção aos estrangeiros em condição de refúgio.

Estes são, hoje, cerca de 5500 no Brasil. São Paulo concentra mais da metade desta população e segue sendo o destino também da maioria dos solicitantes de refúgio recém chegados ao país.

Por volta de 1500 novas pessoas, entre homens, mulheres e crianças, já foram cadastradas pela Caritas São Paulo somente desde o início de 2014.

O aumento do número de chegadas de refugiados tem sido forte e progressivo. Enquanto em 2010, a Caritas registrou 310 novos pedidos de refúgio, em 2013, o número foi de 2899 solicitações. Esta realidade perdura em 2014, sobrecarregando os programas de assistência, integração, proteção e saúde que ACNUR e Caritas desenvolvem com seus diversos parceiros. Muitos deles têm procurado ampliar sua capacidade de atendimento. É o caso do SESC, do SENAC, da Editora Moderna, do Instituto Cidade Aprendiz, do Museu de Arte Sacra, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da EMDOC, da Casa do Migrante, da Casa das Mulheres e UNIESP. Além disso, outras entidades têm aderido à rede de proteção. CIEE, SP Leituras, Casa da Solidariedade, UNISANTOS, UNIABC, Associação Compassiva, Cruz Vermelha Brasileira, Médicos Sem Fronteira e UNIFESP são algumas delas.

Ainda que o número de parceiros e sua capacidade de atendimento venham crescendo e seja verdadeiramente digno de destaque, um outro fenômeno muito importante – embora quase silencioso – tem sido percebido pela Caritas São Paulo: a solidariedade dos próprios refugiados no apoio aos recém chegados ao Brasil.

A rotina diária da Caritas tem testemunhado gestos individuais belíssimos: refugiados têm hospedado em suas próprias casas pessoas recém chegadas ao Brasil; têm assumido a guarda de menores que chegam ao país totalmente desacompanhados de responsáveis; têm deixado os seus trabalhos e afazeres diários para servirem como tradutores a solicitantes de refúgio que sequer conhecem; têm organizado suas comunidades para arrecadar fundos e itens de doação; têm acompanhado conterrâneos em hospitais, repartições públicas e entrevistas de emprego; têm apoiado outros refugiados em grave estado de saúde e até na morte. Muitos têm aceitado expor sua vida e história em palestras e vídeos de sensibilização ou têm participado da realização de eventos e projetos destinados a divulgar a questão do refúgio no Brasil.

Acolhem e oferecem o que têm a outros refugiados que possam estar mais fragilizados que eles próprios, em ações repletas de força e significado.

Por isso, neste DIA MUNDIAL DO REFUGIADO, a Caritas São Paulo resolveu homenageá-los diante de seus familiares e dos parceiros da rede de proteção.

Cerca de 40 refugiados, de mais de 10 nacionalidades, foram convidados a participar da cerimônia, representando as muitas ações solidárias individuais que têm sido tão importantes para muitos recém chegados. Além disso, familiares e amigos de refugiados falecidos recentemente no Brasil serão homenageados pela equipe da Caritas.

Parceiros da rede de proteção aos refugiados também estarão presentes à cerimônia de homenagem, que será a primeira celebração do DIA MUNDIAL DO REFUGIADO.

Posteriormente, nos dias 5 e 6 de julho, Caritas São Paulo, ACNUR e um grupo de refugiados promoverão uma autêntica COPA DOS REFUGIADOS: um campeonato de futebol organizado por um grupo de refugiados, que reunirá 16 seleções nacionais e contará com atividades paralelas, como apresentações culturais.
(Caritas - CM)







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