Islamabad (RV) - O Paquistão é um dos países mais perigosos do mundo para as
minorias religiosas: é quanto afirma o novo relatório da organização "Minority Rights
Group International" (MRG), enviado à Agência Fides. O documento observa que, desde
1980, os ataques contra grupos minoritários (cristãos, hinduístas, muçulmanos xiitas
e armadis, e hazaras) estão aumentando e também os “assassinatos mirados” atingiram
níveis sem precedentes. “Discursos de ódio contra as minorias são difundidos e circulam
livremente”, observa o texto.
O relatório, baseado em cifras oficiais e pesquisas
de campo, observa que os ataques contra as comunidades xiitas e hazaras estão em um
“nível preocupante” (700 xiitas mortos em 2013) e critica a resposta “totalmente inadequada”
do governo paquistanês, que “deve enviar uma mensagem clara, mostrando que tais ataques
são inaceitáveis e não ficam impunes”, afirma o MRG.
“Fechando os olhos para
as atrocidades, o governo legitima uma cultura de impunidade entre os grupos militantes,
enquanto as minorias vivem com o medo cotidiano. Se os criminosos não são levados
à justiça rapidamente, é provável que aconteça mais violência em massa contra os grupos
minoritários”.
O relatório afirma que a maioria dos ataques são realizados
por três grupos militantes: Sipah-e-Sahaba Pakistan (SSP), Lashkar-e-Jhangvi (LEJ)
e Tehreek-e-Taliban Paquistan (TPP). Na mira, há sobretudo, profissionais, médicos,
advogados, políticos, empresários, líderes religiosos e ativistas de direitos humanos.
Segundo os ativistas entrevistados pela organização "Minority Rights Group
International", esses ataques pretendem desmoralizar e marginalizar cada vez mais
as minorias no Paquistão, facilitando a saída delas país. O relatório recorda ainda
que o “clima de terror” é alimentado com campanhas de ódio realizadas em mesquitas,
escolas, espaços públicos e, cada vez mais nos meios de comunicação social. (SP)