Arcebispo de Mosul agradece por apelo do Papa e faz votos de que o Iraque não seja
uma nova Síria
Mosul (RV) - O apelo do Papa Francisco em favor do Iraque "terá um grande efeito
para todos nós", em particular, "para os cristãos que vivem um momento de grave dificuldade"
e, em geral, para todo o povo que sofre e reza pela paz. Foi o que disse à agência
missionária AsiaNews o Arcebispo caldeu de Mosul, no norte do Iraque, Dom Emil
Shimoun Nona.
500 mil pessoas – cristãos e muçulmanos – fugiram de Mosul originando
uma crise humanitária, além de econômica e política. No domingo, durante o Angelus,
o Santo Padre disse acompanhar a situação com "grande preocupação" e pediu orações
"pela querida nação iraquiana, sobretudo pelas vítimas e por quem mais sofre as consequências
do recrudescimento da violência, em particular pelas muitas pessoas, entre as quais
muitos cristãos, que tiveram que deixar a própria casa".
Todavia, as palavras
de conciliação proferidas pelo Pontífice são sobrepostas pelas notícias provenientes
do país árabe que falam de uma centena de execuções sumárias perpetradas pelos islâmicos
e de uma exasperação progressiva das violências.
O Arcebispo de Mosul faz votos
de que os responsáveis pelo governo e a comunidade internacional possam "encontrar
uma solução urgente" para a crise, a fim de que "o Iraque não se torne como a Síria",
onde a guerra civil "já é considerada um fato normal e aceito".
A guerra e
as violências, recorda o prelado caldeu à agência AsiaNews, não são e jamais
podem ser consideradas "normais". "Infelizmente – observa –, ninguém propõe soluções
reais e concretas para reconduzir à paz, não existe um verdadeiro interesse comum
pelo bem do país e de seus cidadãos."
Dias atrás Dom Nona auspiciara uma palavra
do Papa, vez que Francisco sempre esteve atento às situações de crise e aos conflitos
que ensanguentam a terra. Neste domingo o Santo Padre fez ouvir a sua voz em favor
da "querida nação iraquiana" expressando votos de um futuro em que os cidadãos, de
qualquer religião, possam fazer de sua pátria "um modelo de convivência".
"Esperamos
que essas palavras possam surtir um efeito nos corações de todos aqueles que tomam
a violência como método para enfrentar e resolver os problemas", comenta o Arcebispo
de Mosul. Ela não resolve nada, "pelo contrário, cria sempre mais obstáculos e divisões...
esperamos que todos possam falar e dialogar usando a linguagem da paz" acrescenta.
(RL)