Papa à Comunidade de Santo Egídio - Em frente, por este caminho: oração, pobres, paz
O Papa Francisco
visitou neste domingo à tarde a Comunidade de Santo Egídio, no popular bairro romano
de Trastevere, dedicando especial atenção aos pobres e imigrantes que ali encontraram
apoio , incluindo alguns desembarcados em Lampedusa. O Papa falou numa Europa “cansada”,
que perdeu a memória das suas raízes, descurando os mais frágeis.
Partindo
da Praça São Calisto, Francisco dirigiu-se a pé até a Praça de Santa Maria cumprimentando
e abençoando os presentes, antes de ser saudado pelo fundador da Comunidade de Santo
Egídio, Andrea Riccardi, e rezar em silêncio diante de um ícone de Nossa Senhora,
numa capela lateral. Presente o arcebispo siro-ortodoxo de Damasco, Jean Kawak, que
evocou o drama vivido na Síria, “país mergulhado numa grande e longa noite” e onde
o povo “é prisioneiro do mal”.
O programa do encontro incluiu, depois, testemunhos
de um refugiado, de um cigano, de um deficiente, de um jovem e de uma idosa, de diferentes
proveniências e religiões.
“No meio de vós confunde-se quem ajuda e quem
é ajudado. Quem é o protagonista? Os dois, ou melhor, o abraço”, comentou o Papa,
encorajando a Comunidade a prosseguir no caminho da “oração, dos pobres e da paz”,
para fazer crescer a “compaixão no coração da sociedade, porque esta é a verdadeira
revolução”.
No final de um momento de oração na basílica de Santa
Maria em Trastevere, antes de se deslocar à sede história da Comunidade, junto da
vizinha igreja de Santo Egídio, Francisco pediu de novo:
“Rezem muito,
temos necessidade de oração no mundo: pela paz, há muita gente que não tem o necessário
para viver. Todos os meses, muitas famílias não podem pagar a renda e têm de ir embora.
Para onde? Só Deus sabe… Por estes novos pobres, rezar pelos povos que estão em guerra,
está bem?"
Ao entrar na Basílica de Santa Maria em Trastevere, o Papa
tinha sido saudado por uma delegação da comunidade judaica da capital italiana, presidida
pelo Rabino Chefe, que lhe exprimiu o convite oficial para visitar a Sinagoga de Roma,
na sequência das visitas de João Paulo II, em 1986, e de Bento XVI em 2009.