A Semana do Papa – uma síntese das principais actividades de 9 a 15 de Junho
Dia 9 As
bem-aventuranças são o programa da vida do cristão – sublinhou o Papa Francisco na
Missa de segunda-feira, dia 9, na Casa de Santa Marta, comentando o Evangelho. No
dia a seguir ao Encontro de oração pela paz com os Presidentes de Israel e da Palestina,
o Santo Padre voltou a recordar que há que ter a coragem da mansidão para derrotar
o ódio.
“Mas o mundo diz-nos: a alegria, a felicidade, o divertimento
– é isso o belo da vida. E ignora, vira a cara para o outro lado, quando há problemas
de doença, de sofrimento, na família. O mundo não quer chorar, prefere ignorar as
situações dolorosas, encobri-las. Só a pessoa que vê as coisas como são, e chora no
seu coração, é feliz e será consolada. A consolação de Jesus, não a do mundo. Felizes
os mansos neste mundo, que desde o início é um mundo de guerras, um mundo onde por
todo o lado se litiga, onde por toda a parte há ódio. E Jesus diz: nada de guerras,
nada de ódio, paz, mansidão.”
Dia 11 Na audiência geral de quarta-feira,
dia 11, o Papa Francisco propôs uma catequese sobre o dom do temor de Deus e disse
que este dom não significa ter medo de Deus…
“O temor de Deus, pelo contrário,
é o dom do Espírito que nos recorda quanto somos pequenos perante Deus e perante o
seu amor e que o nosso bem está no abandonarmo-nos com humildade, respeito e confiança
na suas mãos.”
Este dom do Espírito Santo ajuda a reconhecermo-nos
como filhos infinitamente amados e, ao mesmo tempo, consolida a nossa confiança e
a nossa fé, porque nos faz ver como a nossa vida está nas mãos de Deus – sublinhou
o Papa Francisco que afirmou este dom do Espírito Santo como um “alarme” para quando
uma pessoa vive no pecado, quando explora os outros, quando vive só para o dinheiro
e a vaidade. O temor de Deus lança o alerta: “Cuidado! Assim não serás feliz, assim
acabarás mal! – afirmou o Papa Francisco. O Santo Padre apontou, a propósito, todos
aqueles que vivem envolvidos pelo dinheiro, o orgulho, o poder e a vaidade que não
têm temor de Deus e recordou todos aqueles que vivem do tráfico de pessoas, do trabalho
escravo e do fabrico de armas, pedindo a Deus para que os faça compreender que um
dia tudo acaba e deverão prestar contas a Deus.
No final da audiência o Santo
Padre lançou um apelo contra o trabalho infantil e todo o tipo de abusos e exploração
dos menores:
“Desejo vivamente que a Comunidade Internacional possa estender
a proteção social dos menores para debelar esta praga. Renovamos todos o nosso empenho,
em particular as famílias, para garantir a cada menino e menina a salvaguarda da sua
dignidade e a possibilidade de um crescimento são. Uma infância serena permite às
crianças olhar com confiança a vida e o futuro.”
Dia 12 Jesus dá-nos
três critérios para superar os conflitos: realismo, coerência e filiação – esta a
mensagem principal do Papa Francisco na manhã de quinta-feira, dia 12, na Missa na
Capela da Casa de Santa Marta:
“Não falar com o Pai sem estar em paz
com o irmão. Três critérios: um critério de realismo, um critério de coerência, isto
é, não matar mas nem sequer insultar, porque quem insulta assassina, mata; e um critério
de filiação: não se pode falar com o Pai se não posso falar com o meu irmão. E isto
é superar a justiça, aquela dos escribas e dos fariseus. Este programa não é fácil!
Mas é o caminho que Jesus indica para andar em frente. Peçamos-Lhe a graça de poder
andar em frente, em paz entre nós, nem que seja com acordos mas sempre com coerência
e com espírito de filiação.”
Dia 13 Deus prepara-nos para desenvolver
a nossa missão – esta a mensagem do Papa Francisco na manhã de sexta-feira, dia 13,
na Missa em Santa Marta.
“O Senhor, quando nos quer dar uma missão,
um trabalho, prepara-nos. Prepara-nos para o fazer bem, como preparou Elias. E o mais
importante disto não é que ele tenha encontrado o Senhor: não, não, isto está bem.
O importante é todo o percurso para chegar à missão que o Senhor confia. E está é
a diferença entre a missão apostólica que o Senhor nos dá e um dever: ‘Ah tu tens
que fazer este dever... um dever humano, honesto, bom... Quando o Senhor dá uma missão,
sempre nos faz entrar num processo, um processo de purificação, um processo de discernimento,
um processo de obediência, um processo de oração.”
Dia 15 No
domingo da Santíssima Trindade, dia 15 de junho, o Papa Francisco recitou o Angelus
da janela do Palácio Apostólico. Na Praça de S. Pedro uma multidão de peregrinos ouviu
as suas palavras. O Santo Padre falou do Espírito Santo, dom de Jesus Ressuscitado,
que nos comunica a vida divina e nos faz entrar no dinamismo da Trindade, que é um
dinamismo de amor, comunhão, serviço recíproco, e partilha. Uma pessoa que ama os
outros pela própria alegria de amar é um reflexo da Trindade – afirmou o Papa Francisco:
Uma
pessoa que ama os outros pela própria alegria de amar é um reflexo da Trindade. Uma
família em que os membros se amam e se ajudam mutuamente é um reflexo da Trindade.
Uma paróquia em que as pessoas se querem bem e partilham os bens espirituais e materiais
é um reflexo da Trindade.
E o amor verdadeiro não tem limites – continuou
o Papa - mas sabe limitar-se, para ir ao encontro do outro, para respeitar a liberdade
do outro, e este amor da Trindade habita na Eucaristia:
A Eucaristia
é como a "sarça ardente", na qual humildemente habita e se comunica a Trindade; por
isso a Igreja colocou a festa do Corpo de Deus depois da festa da Trindade. Na próxima
quinta-feira, segundo a tradição romana, vamos celebrar a santa Missa em São João
de Latrão e, em seguida, faremos a procissão com o Santíssimo Sacramento. Convido
os romanos e os peregrinos a participar para exprimirmos o nosso desejo de ser um
povo "reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Vos espero a todos
na quinta-feira, às 19h.
E o Papa convidou a todos a invocar a Virgem
Maria, criatura perfeita da Trindade, para que nos ajude a fazer de toda a nossa vida
um hino de louvor ao Deus Amor. Depois do Angelus Papa Francisco dirigiu um pensamento
particular para o Iraque:
Sigo com profunda preocupação os acontecimentos
destes últimos dias no Iraque. Convido a todos vós a se unirem à minha oração pela
querida nação do Iraque, sobretudo pelas vítimas e para aqueles que mais sofrem com
as consequências da crescente onda de violência, e em particular para as muitas pessoas,
incluindo muitos cristãos, que tiveram de deixar as suas casas. Desejo para toda a
população a segurança, a paz e um futuro de reconciliação e justiça, onde todos os
iraquianos, independentemente da sua filiação religiosa, possam construir juntos
a sua pátria, e fazer dela um modelo de convivência.
E com todos rezou
uma Ave Maria para o povo iraquiano. Em seguida o Papa anunciou a sua
próxima viagem à Albânia:
Quero hoje anunciar que, aceitando o convite
dos Bispos e das Autoridades civis da Albânia, tenciono ir para Tirana no Domingo
21 de Setembro próximo. Com esta breve viagem desejo confirmar na fé a Igreja na Albânia
e testemunhar o meu encorajamento a um país que sofreu por muito tempo como consequência
das ideologias do passado.
E com o Regina Coeli deste domingo terminamos
esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 9 a 15
de junho. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.
(RS)