Papa visita Comunidade de Santo Egídio: "Que o abraço seja o protagonista"
Cidade do Vaticano (RV) – O mau tempo na capital italiana não impediu que o
Papa Francisco se dirigisse, ao final da tarde deste domingo, 15, à Comunidade de
Santo Egídio, no bairro Trastevere, em Roma, para encontrar imigrantes – incluindo
alguns desembarcados em Lampedusa - , rom, refugiados e pobres auxiliados pela comunidade.
Partindo da Praça São Calisto, Francisco dirigiu-se a pé até a Praça de Santa Maria
em Trastevere, onde, acompanhado pelo Cardeal Vallini e passando por um estreito corredor,
saudou e deu muito atenção aos milhares de presentes. O Papa fez inclusive uma pequena
pausa para tomar um chimarrão que lhe foi oferecido, abençoou terços e crucifixos
e bandeiras de diversos países.
Na Basílica de Santa Maria do Trastevere,
onde entrou por volta das 17 horas e antes de ser saudado pelo fundador da Santo Egídio,
Andrea Riccardi, o Santo Padre deteve-se por alguns instantes em oração diante de
um ícone de Nossa Senhora, numa capela lateral.
Após, o Arcebispo Sírio Ortodoxo
de Damasco, Jean Kawak, dirigiu algumas palavras ao Santo Padre onde repassou o drama
vivido na Síria, “país mergulhado numa grande e longa noite” e onde o povo “é prisioneiro
do mal”, recordando os Bispos, sacerdotes e leigos sequestrados. Mas os cristãos –
afirmou - “são um povo de fé e da esperança” e a oração “desenha um horizonte diferente,
de esperança e salvação”.
Seguiu-se então um momento de testemunho de um refugiado,
um cigano, um deficiente, um jovem, uma idosa, todos entre 12 e 90 anos, de diferentes
proveniências e religiões. Cada um dirigiu-se ao Papa, falando de seus dramas, de
suas lutas e de suas esperanças.
“Entre vocês se confunde quem ajuda e quem
é ajudado. Quem é o protagonista? Todos os dois, ou melhor, o abraço”, foi a resposta
de Francisco aos testemunhos destes amigos da Comunidade de Santo Egídio. No seu pronunciamento,
Francisco afirmou que “a Europa está cansada, devemos ajudá-la a rejuvenescer, a reencontrar
suas raízes” que “renegou”. “A Europa não envelheceu – acrescentou – mas está cansada
e não sabe o que fazer”. Após as palavras do Santo Padre, foi realizado um momento
de oração.
Ao deixar a Basílica de Santa Maria em Trastevere, o Papa Francisco
foi à sede da Comunidade de Santo Egídio, onde encontrou os responsáveis pela comunidade,
alguns bispos, sacerdotes e seminaristas, doentes e outros grupos de pessoas. Após,
voltou ao Vaticano. (JE)