Francisco anuncia viagem à Albânia, "um país que sofreu longamente com as ideologias
do passado"
Cidade do Vaticano (RV) – No Angelus deste domingo, 15, o Papa Francisco
anunciou sua viagem à Albânia: “Quero anunciar que, acolhendo o convite dos Bispos
e das autoridades civis albanesas, pretendo ir à Tirana no domingo, 21 de setembro
próximo. Com esta breve viagem desejo confirmar na fé a Igreja na Albânia e testemunhar
o meu encorajamento e amor a um país que sofreu longamente em conseqüência das ideologias
do passado”.
“Um anúncio muito alegre. O Papa escolhe a Albânia, vai de encontro
às periferias, aos pobres e contribuirá ao diálogo inter-religioso e ecumênico”, disse
aos jornalistas o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi,
ao comentar a primeira viagem europeia não italiana de Papa Francisco: “Existe uma
perspectiva positiva e encorajadora”.
“Na Albânia – recordou o jesuíta – os
católicos são uma minoria” e o nome do país evoca “as perseguições” e a idéia de construir
“o único país ateu do mundo”.
A Albânia também é a pátria de Madre Teresa de
Calcutá, que nasceu na Macedônia, mas cujo nascimento é reivindicado pela Albânia.
O país foi visitado por João Paulo II em 25 de abril de 1993, quando, logo após a
queda do comunismo, celebrou na Catedral de Scutari restituída ao culto e ordenou
os primeiros quatro bispos da hierarquia albanesa pós-comunismo.
Uma nota divulgada
no final da manhã deste domingo pela Arquidiocese de Tirana - Durres, logo após o
anúncio do Santo Padre, afirma que é “uma viagem apostólica na qual o Papa, como Chefe
da Igreja Católica, encontrará os católicos, e não somente, mas todo o povo albanês”.
Também foi realizada uma coletiva de imprensa da qual participaram o Núncio Apostólico
na Albânia, Dom Ramiro Molinar Ingles, o Arcebispo Metropolita de Tirana - Durres,
Dom Rrok Mirdita, e o Diretor Geral da Cáritas, Dr. Albert Nikolla.
Na nota
é explicado que “a viagem é uma resposta a um duplo convite feito ao Santo Padre:
um dos Bispos católicos da Albânia e o outro do Primeiro Ministro da Albânia, Edi
Rama, que foi recebido em audiência no Vaticano em abril passado.
“O Papa Francisco
– lê-se ainda no comunicado – escolheu visitar a Albânia como o país dos mártires
da fé e o país onde existe uma convivência religiosa admirável”.
A Albânia
foi uma nação comunista desde a Segunda Guerra Mundial até 1992. Rompendo relações
com a ex-União Soviética em 1961, aliou-se à China, levando o país a separar-se dos
contatos com a maioria dos outros países. A partir de 1978, as relações com a China
ficaram estremecidas.
A Albânia fez parte do Império Otomano por mais de 400
anos. Conquistou sua independência em 1912. Tirana, com cerca de 343 mil habitantes,
é a capital e cidade mais populosa.