2014-06-15 11:13:06

Arquidiocese de Cartum: A magistratura reveja o caso Meriam


“Imploramos a magistratura e as autoridades competentes a rever o caso e a pô-lo termo de forma racional” – este o apelo lançado pela arquidiocese de Cartum, a propósito da questão de Meriam Ibrahim, a mulher detida e condenada sob a acusação de apostasia por se ter casado com um cristão.

“Segundo as autoridades competentes – lê-se numa nota dos bispos enviada à organização “Ajuda à Igreja que Sofre” – Meriam será libertada só se renunciar à sua fé cristã e ao marido, Daniel”.

Actualmente Meriam encontra-se detida e acorrentada na prisão de Omdurman, juntamente com a filhinha nascida na cadeia a 28 de Maio passado e com um outro filho de pouco mais de dois anos. “O seu caso – continua a nota episcopal – será julgado em apelo, mas ninguém sabe ainda qual será a data”.

Dirigindo-se às autoridades nacionais, a Arquidiocese de Cartum recorda que a Constituição do país garante expressamente no artigo 38 a liberdade religiosa e de culto e proíbe a imposição de qualquer religião a quem quer que seja.

“Exprimimos profunda tristeza e desilusão pelo modo como o caso foi gerido no tribunal: sem nenhum respeito pela fé religiosa de Meriam – sublinham os prelados afirmando ainda que o ponto central de toda esta questão é que Meriam não abandonou o Islão para adoptar o cristianismo, pois que nunca foi de religião muçulmana”.

Com efeito, o pai de Meriam, era muçulmano, mas abandonou a família quando ela tinha apenas cinco anos de idade. Ela cresceu, portanto, com a mãe que é cristã ortodoxa, tendo-se depois tornado católica pouco tempo antes de conhecer o marido, Daniel Wani, em 2011.

A nota da Arquidiocese conclui-se com um forte apelo: “À luz das informações fornecidas e para honrar a firme vontade de Meriam de não abandonar a própria fé cristã, imploramos a magistratura e as autoridades competentes no sentido de reverem o caso e de pôr termo de forma racional a isso”.








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