Revista católica denuncia aumento da exploração sexual durante a Copa do Mundo
Roma (RV) - No Brasil, a cada ano, 70 mil mulheres são vítimas do tráfico,
fenômeno que se intensificará durante a Copa do Mundo. A denúncia é da Revista dos
Paulinos “Jesus” que publica na sua última edição italiana a reportagem: O mundial
da exploração sexual. Uma viagem ao longo do Rio Xié onde o Padre Amarildo Dias Cardoso
combate este drama.
Nascido em Minhas Gerais, cinquenta anos de idade, ele
cresceu nas fazendas do Tocantis e é o único ponto de referência para a comunidade
ao longo do rio. Brinca que é o amigo, o padre, o psicólogo e o prefeito. A prioridade
do padre Amarildo é falar da Campanha da Fraternidade, que este ano é dedicada ao
tema “Fraternidade e Tráfico Humano”, o tráfico de pessoas, em particular mulheres
e crianças.
Na Amazônia, a presença de minas de ouro faz com que sempre mais
empresas estrangeiras enviem para esta região homens para trabalhar. E o mercado do
sexo se expande. “Um fenômeno crescente e que piora com a chegada dos turistas sexuais
durante a Copa do Mundo”, escreve a revista católica. Segundo dados do Ministério
da Justiça, a cada ano, cerca de 70 mil mulheres no Brasil se transformam em vítimas
do tráfico internacional de pessoas em direção à Europa.
A prostituição, a
exploração do trabalho e o comércio de órgãos são os principais segmentos que alimentam
o tráfico de pessoas no país. Dados oficiais da Organização das Nações Unidas para
droga e crime apontam que, no mundo, isto movimenta 32 bilhões de dólares e envolve
cerca de dois milhões e meio de pessoas. Um negócio que, como renda, está atrás apenas
do tráfico internacional de drogas e armas, gerenciado pelo crime organizado. Segundo
a ONU, a mulher brasileira é a mais requisitada neste tipo de mercado e, em média,
cada uma gera um lucro de 30 mil dólares. “A maior parte das moças envolvidas no tráfico
de pessoas tem 15 anos”, conclui com amargura o Padre Amarildo. (EF)