“...como uma criança nos braços de seu pai.” – o dom do temor de Deus na audiência
geral em que o Papa apelou contra a exploração do trabalho infantil
Muito
calor em Roma e uma Praça de S. Pedro plena de entusiasmo para a audiência geral desta
quarta-feira 11 de Junho. Tema da catequese o dom do temor de Deus.
“O
dom do temor de Deus, de que falamos hoje, conclui a série dos sete dons do Espírito
Santo.”
Este dom não significa ter medo de Deus…
“O temor
de Deus, pelo contrário, é o dom do Espírito que nos recorda quanto somos pequenos
perante Deus e perante o seu amor e que o nosso bem está no abandonarmo-nos com humildade,
respeito e confiança na suas mãos.”
Diante de Deus – continuou o Papa
Francisco – sentimo-nos tão pequenos que, por nós mesmos, somos incapazes de assegurar
a felicidade e a vida eterna. A única solução é abandonar-nos, com humildade, respeito
e confiança, nas suas mãos.
“… como faz uma criança nos braços de seu
pai. “
“Eis porque temos tanta necessidade deste dom do Espírito
Santo. O temor de Deus faz-nos tomar consciência que tudo vem da graça, de que a nossa
verdadeira força está unicamente no seguir o Senhor Jesus e no deixar que o pai possa
verter sobre nós a sua bondade e a sua misericórdia.”
Este dom do Espírito
Santo ajuda a reconhecermo-nos como filhos infinitamente amados e, ao mesmo tempo,
consolida a nossa confiança e a nossa fé, porque nos faz ver como a nossa vida está
nas mãos de Deus – sublinhou o Papa Francisco que afirmou este dom do Espírito Santo
como um “alarme” para quando uma pessoa vive no pecado, quando explora os outros,
quando vive só para o dinheiro e a vaidade. O temor de Deus lança o alerta: “Cuidado!
Assim não serás feliz, assim acabarás mal! – afirmou o Papa Francisco.
O Santo
Padre apontou, a propósito, todos aqueles que vivem envolvidos pelo dinheiro, o orgulho,
o poder e a vaidade que não têm temor de Deus e recordou todos aqueles que vivem do
tráfico de pessoas, do trabalho escravo e do fabrico de armas, pedindo a Deus para
que os faça compreender que um dia tudo acaba e deverão prestar contas a Deus.
No
final da catequese o Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“De
coração saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os grupos brasileiros
das paróquias de São Judas Tadeu e Nossa Senhora do Patrocínio. Sede bem-vindos! Não
nos cansemos de vigiar sobre os nossos pensamentos e atitudes para podermos saborear
desde já a ternura e o esplendor do rosto da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito
Santo – que havemos de contemplar em toda a sua beleza na vida eterna. Desça, generosa,
a sua Bênção sobre cada um de vós e vossas famílias.”
No final da audiência
o Santo Padre lançou um apelo contra o trabalho infantil e todo o tipo de abusos e
exploração dos menores:
“Amanhã, 12 de junho, celebra-se a Jornada mundial
contra a exploração do trabalho infantil. Dezenas de milhões de crianças são obrigadas
a trabalhar em condições degradantes, expostas a formas de escravidão e de exploração,
como também a abusos, maus tratos e discriminações.”
“Desejo
vivamente que a Comunidade Internacional possa estender a proteção social dos menores
para debelar esta praga. Renovamos todos o nosso empenho, em particular as famílias,
para garantir a cada menino e menina a salvaguarda da sua dignidade e a possibilidade
de um crescimento são. Uma infância serena permite às crianças olhar com confiança
a vida e o futuro.”