Ato de coragem e de ecumenismo cristão: Padre Lombardi sobre encontro de oração pela
paz, domingo passado no Vaticano
Sobre o encontro de oração pela paz, com os Presidentes de Israel e da Palestina e
também o Patriarca de Constantinopla, Roberto Piermarini recolheu um comentário de
Padre Lombardi: – O Papa Francesco,
de acordo com os outros participantes neste encontro, quis dar um sinal muito forte
de apelo a Deus, de abertura e portanto de um horizonte de um empenho maior e diferente,
ao serviço da paz. E como dizia o Padre Custódio (da Terra Santa), há dias, porventura
não “rebentará” a paz – no sentido de que não a situação não mudará de um dia para
o outro no Médio Oriente, contudo, sem dúvida que pessoas de boa vontade e pessoas
que crêem em Deus deram um contributo novo, um contributo forte, com todas as forças
para fazerem apelo à graça do Senhor, ao dom da paz (a paz, nós acreditamos que é
um dom) e à capacidade dos corações de se converterem a uma atitude diferente. O Papa
fala sempre da cultura do encontro. Pois bem, o encontro de ontem foi verdadeiramente
um encontro entre pessoas sob o signo da fé. D. – Para além das palavras, impressionaram
os gestos, no encontro de ontem… – Exatamente! Houve apertos de mão, mas houve
também abraços: abraços sinceros. Para além de plantarem a oliveira, que é um sinal
clássicos dos gestos e momentos em que se procura construir a paz. Eu diria que os
abraços revelaram-se muito sinceros. Em particular, o que mais impressionou, e que
era muito desejado e esperado, foi o abraço entre os dois presidentes, que foi um
momento de “libertação” dos protagonistas, dos povos que desejam sinceramente a paz,
mas têm dificuldade em encontrar o caminho para isso. Eis: esta nostalgia da paz,
esta vontade, também de paz foi bem manifestada pelos abraços de ontem. - De entre
as afirmações do Papa Francisco, neste encontro de oração, os comentadores sublinham
o que disse sobre a coragem necessária para fazer a paz…
- Este mesmo encontro
foi um ato de coragem, porque o realismo (pragmatismo) tímido leva ao desânimo operante
tantos fracassos que se encontram no caminho da paz. Mas o crente – como as passagens
bíblicas que domingo ecoaram afirmam de vários modos – continua a olhar para Deus
e é daí que recebe a coragem de que precisa. O Papa fala muitas vezes das surpresas
na história que podem vir do Espírito do Senhor que irrompe. Para nós, crentes cristãos,
era também o domingo Pentecostes, o momento da descida do Espírito que renova a Criação.
Bem, nós acreditamos que é sempre possível algo de novo e é isso o que pedimos a Deus
e procuramos pormo-nos a caminho também nós, com todas as nossas forças.
-
Que importância teve, neste encontro, a presença do Patriarca Bartolomeu?
–
Bartolomeu deu esse sinal do ecumenismo cristão. Bem vistas as coisas, não se deve
esquecer que o encontro de oração pela paz, no domingo, foi até certo ponto, a verdadeira
conclusão da viagem à Terra Santa, porque foi um evento lançado e preparado com a
viagem à Terra Santa, em que Bartolomeu foi protagonista, juntamente com o Papa, porque
foi a ocasião da comemoração do abraço entre Paulo VI e Atenágoras, aquela que tinha
dado origem ao encontra, na Terra Santa. Portanto, Bartolomeu manifestou esse
facto que para todos os cristãos, para todas as confissões cristãs, também Jerusalém
e a Terra Santa são fundamentais, e portanto todos os cristãos do mundo unem-se a
esse desejo e a essa oração pela paz. Não é só o Papa Francisco, com o seu carisma;
não são apenas os católicos, mas são todos os cristãos que se unem a todos os fiéis,
hebreus e muçulmanos, na busca da paz dessa Região que é assim importante para todos.