Pe. Lombardi: encontro de oração foi ato de coragem
Cidade do Vaticano (RV) – “O Papa fala sempre da cultura o encontro: pois bem,
o de ontem foi realmente um encontro entre as pessoas, sob o signo da fé”: este foi
o comentário do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi,
sobre o histórico evento realizado este domingo nos Jardins Vaticanos, na presença
dos Presidentes de Israel e Palestina e do Patriarca Bartolomeu I. Eis a entrevista
concedida à Rádio Vaticano:
Pe. Lombardi:- O Papa Francisco, de acordo
com os outros participantes deste encontro, quis dar um sinal muito forte de súplica
a Deus, de abertura e, portanto, de um horizonte de empenho maior e diferente, a serviço
da paz. E como dizia o Padre Custódio dois dias atrás, bem, talvez não eclodirá a
paz, no sentido de que a situação não mudará de um dia para outro no Oriente Médio;
porém, certamente as pessoas de boa vontade e as pessoas que acreditam em Deus deram
uma contribuição nova, forte, com todas as suas forças, para implorar a ajuda da graça
do Senhor ao dom da paz e à capacidade dos corações de se converterem a uma atitude
diferente. O Papa fala sempre da cultura o encontro: pois bem, o de ontem foi realmente
um encontro entre as pessoas, sob o signo da fé.
RV: – Além das palavras, impressionaram
também os gestos …
Pe. Lombardi:- Certamente. Houve aperto de mãos
e abraços: abraços sinceros; além da oliveira, que é um sinal clássico dos gestos,
dos momentos em que se busca construir a paz. Em especial, o que impressionou, e que
era muito desejado e aguardado, foi o abraço entre os dois presidentes, que foi um
momento de “libertação” dos protagonistas, dos povos que desejam sinceramente a paz,
porém, têm dificuldade em encontrar o caminho. Esta vontade foi bem manifestada pelos
abraços de ontem.
RV: – Esta manhã, a imprensa destacou a frase do Papa de
ter “a coragem da paz” …
Pe. Lombardi:- O próprio encontro foi um ato
de coragem, porque o realismo tímido leva ao desencorajamento diante de tantas falências
que se encontram no caminho da paz. Mas o fiel é aquele que continua a olhar para
Deus e dali tira a coragem de que necessita. Nós acreditamos que sempre seja possível
algo de novo e isso pedimos a Deus e buscamos colocar-nos em caminho, com todas as
nossas forças.
RV:– Qual era a importância da presença de Bartolomeu I neste
encontro?
Pe. Lombardi:- Bartolomeu deu este sinal do ecumenismo cristão.
No fundo, não se deve esquecer que a noite de ontem foi, num certo sentido, a verdadeira
conclusão da viagem à Terra Santa, porque era um evento lançado e preparado com esta
peregrinação, em que Bartolomeu foi protagonista com Papa. Não é só o Francisco, com
o seu carisma; não são somente os católicos, mas são todos os cristãos que se unem
a todos os fiéis, judeus, e muçulmanos, ao buscar a paz desta região que é tão importante
para todos. Por isso, foi importante também a presença do Patriarca greco-ortodoxo
de Jerusalém, Teófilo, o “primus” da comunidade cristã de Jerusalém, como também do
Patriarca latino Twal.