2014-06-09 20:40:17

Missão Continental: a Paróquia – comunidade de discípulos missionários


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, em nosso quadro "O Brasil na Missão Continental" temos nestes dias concentrado nossa atenção na paróquia e temas afins. De fato, na edição passada nos ocupamos das pequenas comunidades eclesiais, e o temos feito na esteira da última Assembleia Geral da CNBB, realizada de 30 de abril a 9 de maio, cujo tema "Comunidade de comunidades: uma nova paróquia" esteve mais uma vez no centro de seus trabalhos.

Vale lembrar que um dos compromissos centrais assumidos pela Conferência de Aparecida foi despertar a consciência discipular dos cristãos, resgatar a dimensão missionária da Igreja e convocar para uma Missão em toda América Latina e Caribe, daí, a "Missão Continental". Essa tarefa pastoral almeja que todo batizado recupere a sua consciência de que nós todos, como discípulos de Jesus, devemos ser também seus missionários.

Nesse sentido, Aparecida evidencia a necessidade de uma conversão pastoral, de se passar de uma pastoral de conservação a uma pastoral eminentemente missionária.

A esse propósito, trazemos hoje o que nos diz o Documento de Aparecida nos números 201 a 204, destacando, entre outros, o imprescindível papel dos párocos e dos sacerdotes, bem como de todos os fiéis leigos qual co-responsáveis na formação dos discípulos e na missão.

201. A renovação da paróquia exige atitudes novas dos párocos e dos sacerdotes que estão a serviço dela. A primeira exigência é que o pároco seja autêntico discípulo de Jesus Cristo, porque só um sacerdote apaixonado pelo Senhor pode renovar uma paróquia. Mas, ao mesmo tempo, deve ser ardoroso missionário que vive o constante desejo de buscar os afastados e não se contenta com a simples administração.

202. Mas, sem dúvida, não basta a entrega generosa do sacerdote e das comunidades de religiosos. Requer-se que todos os leigos se sintam co-responsáveis na formação dos discípulos e na missão. Isso supõe que os párocos sejam promotores e animadores da diversidade missionária e que dediquem tempo generosamente ao sacramento da reconciliação. Uma paróquia renovada multiplica as pessoas que realizam serviços e acrescenta os ministérios. Igualmente, nesse campo, se requer imaginação para encontrar resposta aos muitos e sempre mutáveis desafios que a realidade coloca, exigindo novos serviços e ministérios. A integração de todos eles na unidade de um único projeto evangelizador é essencial para assegurar uma comunhão missionária.

203. Uma paróquia, comunidade de discípulos missionários, requer organismos que superem qualquer tipo de burocracia. Os Conselhos Pastorais Paroquiais terão de estar formados por discípulos missionários constantemente preocupados em chegar a todos. O Conselho de Assuntos Econômicos junto a toda a comunidade paroquial, trabalhará para obter os recursos necessários, de maneira que a missão avance e se faça realidade em todos os ambientes. Estes e todos os organismos precisam estar animados por uma espiritualidade de comunhão missionária: “Sem este caminho espiritual, de pouco serviriam os instrumentos externos da comunhão. Mais do que modos de expressão e crescimento, esses instrumentos se tornariam meios sem alma, máscaras de comunhão”.

204. Dentro do território paroquial, a família cristã é a primeira e mais básica comunidade eclesial. Nela se vivem e se transmitem os valores fundamentais da vida cristã. Ela se chama “Igreja Doméstica”. Aí, os pais desempenham o papel de primeiros transmissores da fé a seus filhos, ensinando-lhes através do exemplo e da palavra, a serem verdadeiros discípulos missionários. Ao mesmo tempo, quando essa experiência de discipulado missionário é autêntica, “uma família se faz evangelizadora de muitas outras famílias e do ambiente em que ela vive”. Isso age na vida diária “dentro e através dos atos, das dificuldades, dos acontecimentos da existência de cada dia”. O Espírito, que faz tudo novo, atua inclusive dentro de situações irregulares, nas quais se realiza um processo de transmissão da fé, mas temos de reconhecer que, nas atuais circunstâncias, às vezes esse processo se encontra com muitas dificuldades. Não se propõe que a Paróquia chegue só a sujeitos afastados, mas à vida de todas as famílias, para fortalecer nelas a dimensão missionária.

Amigo ouvinte, por hoje vamos ficando por aqui. Semana que vem tem mais, se Deus quiser! (RL)







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