Na tomada de posse, novo Presidente da Ucrânia promete tudo fazer para pôr termo ao
conflito
O novo Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko (foto, com a esposa, no dia das eleições),
prometeu neste sábado que vai trabalhar para manter a unidade do país. No discurso
de tomada de posse, em Kiev, o governante garantiu que tudo fará para pôr fim ao conflito
com o movimento separatista pró-russo. Dirigindo-se aos habitantes da região industrial
de Donetsk, no Leste, controlada em grande parte pelos rebeldes, Poroschenko prometeu
a completa descentralização do poder e garantiu que os cidadãos serão livres de falar
a língua russa. O novo Presidente, eleito a 25 de Maio com 54,7% dos votos, disse
ainda que vai recusar qualquer “compromisso” com a Rússia sobre a orientação europeia
do seu país e a anexação da península da Crimeia por Moscovo. “A Crimeia foi e continuará
a ser ucraniana”, declarou, recebendo aplausos no Parlamento, onde se encontravam
alguns chefes de Estado estrangeiros – incluindo o vice-presidente dos Estados Unidos,
Joe Biden. “Disse-o claramente ao líder russo na Normandia”, acrescentou, referindo-se
ao encontro com Vladimir Putin no castelo de Bénouville, nas comemorações do Dia D,
sexta-feira. Neste sábado, o governante lançou também um apelo aos separatistas
do Leste para largarem as armas, prometendo a criação de um corredor de segurança
para que os russos que Kiev diz estarem envolvidos nos combates possam regressar a
casa. “Eu não quero guerra, não quero vingança. Quero paz e quero que a paz aconteça”,
declarou. “Por favor, baixem as armas e eu garanto imunidade a todos os que não tiverem
as mãos manchadas de sangue”, acrescentou. A tomada de posse de Poroschenko foi
já saudada pela NATO e pela UE, que sublinharam o apoio à Ucrânia e à sua integridade
territorial. "Estou confiante de que a liderança do Presidente Poroshenko vai contribuir
para a estabilização do país, com base no diálogo político iniciado antes das eleições",
disse o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, em comunicado citado pela
AFP, citado pelo edição on line do quotidiano "Público".