2014-06-03 18:07:56

Egito: eleição de al-Sisi é um bem não só para os cristãos, mas para todo o país, diz Dom Zaky


Cairo (RV) - «Abdel Fattah al-Sisi é o homem justo, para o momento justo, e a sua eleição significa para nós, cristãos, uma maior segurança e melhores perspectivas futuras». Foi o que declarou à “Ajuda à Igreja que Sofre” o Vigário Apostólico de Alexandria do Egito, Dom Adel Zaky, ao comentar a vitória de al-Sisi para as eleições presidenciais egípcias em 29 de maio passado. O General, ex-comandante das Forças Armadas egípcias e Vice - Primeiro Ministro, foi eleito com 95% dos votos.
«A sua vitória é motivo de esperança para todos os egípcios, quer cristãos, quer muçulmanos», afirmou o prelado, pertencente à Ordem dos Frades Menores, sublinhando como nos seus numerosos discursos públicos al-Sisi nunca tenha incitado o ódio inter-religioso, nem pronunciado palavras que poderiam levar ao fanatismo religioso. «al-Sisi não faz nenhuma distinção entre cristãos e muçulmanos. É um homem de fé, mas defende que a religião é algo privado. A sua primeira preocupação é o bem do país», explicou. Como muitos coptas, Dom Zaky reconhece o mérito do General em ter deposto Mohammed Morsi, sob cuja presidência os cristãos do Egito viveram tempos difíceis.
Nos meses sucessivos à queda de Morsi, ocorrida em 3 de julho de 2013, a linha dura de al-Sisi foi muito criticada. Uma visão não partilhada pelo Vigário Apostólico de Alexandria. «Se o General não fosse o Chefe das Forças Armadas, as tensões certamente teriam se transformado numa guerra civil e nos encontraríamos numa situação parecida com aquela iraquiana. As pessoas não tinham os meios para se defenderem da Irmandade Muçulmana e o Exército interveio exclusivamente por desejo do povo egípcio».
«O Ocidente não compreende que após ter votado em Morsi os egípcios tomaram consciência que com a liderança o país ia de encontro à ruína. E assim imediatamente revogaram a confiança colocada no expoente da irmandade Muçulmana, para impedir que a situação se agravasse ulteriormente», observou Dom Zaky, respondendo a quem não critica a deposição de um presidente eleito.
Para a comunidade cristã egípcia, é fundamental agora que o novo presidente aplique a nova Constituição aprovada por um referendeum em janeiro passado. «A nova Carta foi cuidadosamente elaborada - afirmou o Vigário Apostólico – e quando entrar em vigor responderá às exigências de todos os egípcios: mulheres, trabalhadores, cristãos e muçulmanos».
«O Egito tem necessidade de um pulso firme – conclui o prelado – pois em três anos o país esteve mergulhado no caos. Alguém deve voltar e aplicar a lei e por fim às discriminações». (JE)








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