Bangui (RV) – Foi chamado “o massacre de Fátima”. 16 mortos talvez: “na realidade
não sabemos quantas são as vítimas ou os feridos. Levaram embora muitas pessoas, mas
não existem informações confiáveis”, lamenta com profunda tristeza o Pároco, Gabriele
Perobelli, missionário comboniano. E completa em seguida: “Nós, em todo caso, não
arredamos pé, não deixaremos a paróquia. Eu vivo aqui há 16 anos e não tenho intenção
alguma de abandonar meu rebanho”.
No atentado contra a Igreja de Nossa Senhora
de Fátima, em Bangui, República Centro-Africana, que fica a 500 metros da linha vermelha
que separa a área do mercado, o PK5, um dos bairros mais perigosos da cidade, na tarde
de 28 de maio, morreu também um sacerdote centro-africano que estava se dirigindo
para a paróquia em busca de refúgio.
O pároco, logo que ouviu os disparos
quis sair para ver o que estava acontecendo, quando os paroquianos o seguraram na
sala lotada de pessoas. Depois do ataque, muitos dos desabrigados que estavam em terrenos
da paróquia fugiram para outras paróquias. Atualmente são 20.
Mas os três
missionários combonianos, um italiano (o pároco) e seus auxiliares (um etíope e um
centro-africano) não vão sair, querem continuar a ajudar seus fiéis, que continuam
assustados e, que neste momento têm medo de participar da vida da paróquia.
Padre
Perobelli diz que nas missas diárias que contava com a participação de duzentas a
trezentas pessoas, depois do ataque, só participam umas 15 a 20. O clima é tenso em
Bangui, há manifestações contra o governo e enfrentamentos; já aconteceram três mortes
e vários feridos. O povo protesta porque não s sente protegido nem pelo governo, nem
pelo militares franceses da missão Sangaris, nem daqueles africanos da Misca. (SP)