Jesus levou ao Pai como presente as suas chagas - Papa no Regina Coeli do domingo
da Ascensão. Rezou pela paz na Ucrânia e República Centro-africana e recordou o Dia
das Comunicações Sociais
Aos milhares
de fiéis reunidos na Praça de S. Pedro neste primeiro Domingo de Junho em que se celebra
na Itália e em muitos outros Países a solenidade da Ascensão do Senhor, o Papa Francisco,
na sua habitual reflexão antes da oração mariana do Regina Coeli, recordou o episódio
da separação final de Jesus dos seus discípulos e do mundo, narrado nos Actos dos
Apóstolos, enquanto que o evangelho de Mateus fala de mandato – um convite aos discípulos
para ir, partir para anunciar a todos os povos a sua mensagem de salvação. Portanto,
“ir”, ou melhor “partir”, é a palavra-chave da festa de hoje – disse o Papa:
"Jesus
parte, sobe ao Céu, ou seja, retorna ao Pai, por quem havia sido enviado ao mundo.
Mas não se trata de uma separação, porque Ele permanece connosco para sempre, sob
uma forma nova. Com a sua ascensão, o Senhor ressuscitado atrai o olhar dos Apóstolos
- e também o nosso - para as alturas do céu para nos mostrar que a meta do nosso caminho
é o Pai".
E Papa Francisco prosseguiu dizendo que Jesus continua presente
e activo nos assuntos da história humana com o poder e os dons do seu Espírito, e
que está ao lado de cada um de nós:
"Mesmo que não o vejamos com os nossos
olhos, Ele está lá! Nos acompanha, nos guia, nos leva pela mão e nos levanta quando
caímos. Jesus ressuscitado está próximo dos cristãos perseguidos e discriminados;
está perto de todo homem e mulher que sofre. Está perto de cada um de nós, está aqui
na Praça. O Senhor está connosco. O Senhor está connosco” – convidou os presentes
a repetirem com ele".
E o Papa acrescentou ainda que quando regressa
ao céu Jesus leva ao Pai o presente das suas chagas, assim quando o Pai olha para
as chagas de Jesus se torna mais misericordioso e nos perdoa a todos.
Mas Jesus
também está presente através da Igreja, que Ele enviou para prolongar a sua missão,
sublinhou ainda o Papa Francisco, recordando que a última palavra de Jesus aos seus
discípulos é o comando para partir: "Ide, portanto, fazei discípulos todas as nações"
-um mandato claro, não facultativo, insistiu o Papa:
"A comunidade cristã
é uma comunidade "de saída", "pronta a partir". Vós me direis: mas e as comunidades
de clausura!? Sim, também elas, porque estão sempre "de saída" com a oração, com o
coração aberto ao mundo, aos horizontes de Deus. E os idosos, os doentes!? Também
eles, através da oração e a união às chagas de Jesus.”
Aos seus discípulos
missionários, Jesus diz: "Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo" observou
o Papa, pois sozinhos, sem Jesus, nada podemos fazer :
"Na obra apostólica
não bastam as nossas forças, os nossos recursos, as nossas estruturas, mesmo que sejam
necessárias. Sem a presença do Senhor e a força do seu Espírito, o nosso trabalho
ainda que bem organizado, é ineficaz".
No final da oração do Regina Coeli,
o Papa mostrou a sua consternação pelo perdurar do conflito na Ucrânia e na República
Centro-Africana, renovou o seu apelo às partes a superarem os desentendimentos através
do dialogo e convidou os presentes a rezarem com ele a Maria, Rainha da paz, por estes
dois Países:
Maria, Rainha da Paz, rogai por nós.
Em seguida
o Papa recordou que se celebra neste Domingo da Ascensão, o Dia Mundial das Comunicações
Sociais, consagrado ao tema “comunicação ao serviço da cultura do encontro”, tendo
reafirmado a este propósito:
"Os meios de comunicação social podem favorecer
o sentido de unidade da família humana, a solidariedade e o empenho por uma vida digna
para todos. Rezemos para que a comunicação, em todas as suas formas, esteja realmente
ao serviço do encontro entre as pessoas, as comunidades e as nações; um encontro fundado
no respeito e na escuta recíproca".
O Papa Francisco lembrou ainda que
ontem, em Collevalenza, na Itália, foi proclamada beata a Madre Esperança, nascida
na Espanha com o nome de María Josefa Alhama Valera, fundadora, na Itália, das Servas
e dos Filhos do Amor Misericordioso, rezando para que o seu testemunho ajude a Igreja
a proclamar por toda a parte, com gestos concretos e quotidianos, a infinita misericórdia
do Pai celeste por cada pessoa”. E o Papa pediu a todos para saudarem a Beata Madre
Esperança com um aplauso…
Por último o Santo Padre saudou a todos os presentes
na Praça de S. Pedro, romanos e peregrinos, tendo mencionado em particular as famílias,
grupos paroquiais, associações, escolas e os meninos que receberam ou se preparam
para receber o Crisma. E a todos abençoou com o habitual:
Bom Domingo,
bom almoço e até à próxima. Rezem por mim.
Foto
1 - Fiéis e peregrinos assistindo à Oração do Regina Coeli da cúpula de São Pedro