2014-05-29 13:33:03

O horror do trabalho escravo e do tráfico de seres humanos – o Papa na sua Mensagem à OIT


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O Papa Francisco enviou uma Mensagem à 103ª Conferência Internacional do Trabalho a decorrer na ONU em Genebra, na Suíça, de 28 de maio a 12 de junho subordinada ao tema "Construir um futuro com trabalho decente". No início da sua mensagem o Santo Padre afirma que:
"No início da criação, Deus criou o homem guardião da sua obra, encarregando-o de cultivá-la e de protegê-la. O trabalho humano é parte da criação e continua o trabalho criativo de Deus. Esta verdade leva-nos a considerar o trabalho quer como um dom quer como um dever. Por isso, o trabalho não é meramente uma mercadoria, mas possui dignidade e valor próprios."
Desta forma, o Papa Francisco manifesta seu apreço pela contribuição da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em defesa da dignidade do trabalho humano no contexto do desenvolvimento social e económico mediante a discussão e a cooperação entre governos, trabalhadores e empregadores. "Tais esforços – ressalta o Santo Padre – estão ao serviço do bem comum da família humana e promovem a dignidade dos trabalhadores."
Recordando o momento crucial na história económica e social em que esta Conferência se realiza, o Santo Padre destaca que "o desemprego está tragicamente expandindo as fronteiras da pobreza", situação particularmente desconfortante para os jovens desempregados, que se podem sentir "alienados da sociedade".
Apontando outro grave problema, ligado a este do desemprego, o Papa Francisco aponta o da migração em massa: o enorme número de homens e mulheres obrigados a buscar trabalho longe da sua pátria é, por si só, motivo de preocupação. "Apesar da esperança deles por um futuro melhor, frequentemente encontram incompreensão e exclusão", sem falar em experiências de tragédias e desastres.
O Papa Francisco na sua mensagem denuncia, assim, mais uma vez, que não conseguindo muitas vezes encontrar um trabalho digno, estes homens e mulheres tornam-se vítimas de uma certa "globalização da indiferença", acrescentando que tal situação os expõe a ulteriores perigos, como o horror do tráfico de seres humanos, o trabalho forçado e a redução ao estado de escravidão.
"É inaceitável que, no nosso mundo, o trabalho feito por escravos se tenha tornado moeda corrente", denuncia o Santo Padre. "Isto não pode continuar! O tráfico de seres humanos é uma chaga, um crime contra a humanidade inteira."
O Papa afirma que é este o momento para unir forças e de trabalhar juntos para libertar as vítimas do tráfico de seres humanos. Isto requer um renovado compromisso em favor da dignidade de toda pessoa; "uma mais determinada realização dos padrões internacionais do trabalho; a planificação de um desenvolvimento focalizado na pessoa humana qual protagonista central e principal beneficiária; uma avaliação das responsabilidades das sociedades multinacionais nos países onde atuam, incluindo os setores da gestão do lucro e do investimento" – sublinha o Papa na sua mensagem.
O Papa conclui afirmando que a doutrina social da Igreja Católica apoia as iniciativas da OIT, que pretendam promover a dignidade da pessoa humana e a nobreza do trabalho, encorajando-os nos seus esforços para enfrentar os desafios do mundo atual, permanecendo fiéis a tais nobres objetivos. (RS) RealAudioMP3







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